Treze anos depois da sua interrupção, a linha ferroviária de Leixões vai voltar a transportar passageiros, desta vez entre Campanhã (Porto) e Leça do Balio (Matosinhos).

A cerimónia aconteceu em São Mamede Infesta, uma das paragens previstas. Foto: Luísa Capucho/JPN

O presidente da Comboios de Portugal (CP), Pedro Moreira, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, e o secretário de Estado Adjunto das Infraestruturas, Frederico Francisco, assinaram esta quinta-feira (21) o protocolo que prevê a reabertura da linha de Leixões para passageiros. A cerimónia aconteceu em São Mamede Infesta, uma das paragens previstas, ao som dos comboios que por lá passam.

Numa primeira fase, vão existir sete paragens entre Campanhã e Leça do Balio, sendo duas delas – Hospital de São João e Arroteia – construídas de raíz. As restantes, já existentes, são: Contumil, São Gemil e São Mamede Infesta. Quanto à frequência do serviço, estão previstos até dois comboios por hora, em cada um dos sentidos.

“Para já, não temos capacidade, nem de infraestruras, nem de material circulante, que nos permita implementar um número mais elevado de serviços com novas paragens”, referiu o presidente da CP. Por isso, por uma questão de tempo e “para não se atrasar mais este processo”, teve que se adaptar às condições existentes.

Ainda assim, a segunda fase do projeto, que prevê a extensão da linha até à zona de Leixões/Senhor de Matosinhos, não está esquecida. Luísa Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, diz ter “muitos outros protocolos para assinar”.

Luísa Salgueiro (presidente da CM Matosinhos) e Frederico Francisco (secretário de Estado Adjunto das Infraestruturas) Foto: Luísa Capucho/JPN

Durante a sua intervenção, o secretário de Estado Adjunto das Infraestruturas, Frederico Francisco, admitiu também não ser viável “fazer tudo de uma vez”, mas “com passos incrementais”, está convicto de chegar “até ao ideal”. O secretário de Estado considera que o aumento da procura vai tornar “inevitável” a duplicação da linha e que, “desta vez, o serviço de passageiros de Leixões voltou para ficar, porque será melhor do que era em 2009”, quando fazia a ligação entre Leça do Balio e Ermesinde.

O orçamento de três milhões de euros vai ser repartido, de igual forma, pela Infraestruturas de Portugal, a CP e a Câmara de Matosinhos.

Apesar das reivindicações e pedidos por um apeadeiro em Carreiros (Rio Tinto), o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, admitiu ser “um dia muito feliz para o Porto” que, enquanto área metropolitana, “irá ganhar muito com a sua mobilidade“. Ainda assim, o autarca reforça que “agora, o importante é pôr os comboios a andar para se poderem fazer mais paragens, com mais serviços”.

A inauguração da linha de Leixões para passageiros está prevista para dezembro deste ano. Segundo a IP, está ainda prevista, para 2026, a abertura de um novo troço que fará a ligação entre Campanhã e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Editado por Inês Pinto Pereira