A autarquia decidiu não implementar esta medida até poder oferecer como alternativa um parque de estacionamento gratuito. Bruno Pereira, vereador do PSD, acredita que a presidente da Câmara de Matosinhos adiou "a sua aplicação, provavelmente, por motivos eleitoralistas".

Os novos parcómetros já estão a funcionar no Porto

O alargamento das zonas de estacionamento de duração limitada deveria ter começado no dia 1 de abril. Foto: Matilde Abreu

A Câmara Municipal de Matosinhos (CMM) não vai avançar com a implementação de mais de 771 lugares de estacionamento pagos na zona sul da cidade, como estava inicialmente previsto. A informação foi avançada este domingo (7) pelo “Jornal de Notícias”, que refere ainda que a criação dos lugares pagos só vai acontecer quando for disponibilizado um parque de estacionamento gratuito, que tem capacidade para cerca de 400 lugares.

Tal como foi aprovado a 7 de fevereiro numa reunião do Executivo, o alargamento das zonas de estacionamento de duração limitada (ZELD) deveria ter começado no dia 1 de abril.

Segundo o “Jornal de Notícias”, o Executivo disse que a aplicação desta medida se justificava pela necessidade de cumprimento do contrato de concessão assinado com a Datarede, em 2016, e que se vai prolongar até 6 de março de 2026. A Câmara de Matosinhos fundamentou a sua decisão, dizendo que não só existiam, em setembro de 2023, menos 105 lugares “face ao plano de expansão contratualizado”, como tinham sido emitidos 557 cartões de residente. Luísa Salgueiro, citada pelo “JN”, considerou também que esta medida pode dissuadir a utilização do automóvel individual e potenciar um maior recurso ao transporte público.

Na reunião em que a proposta foi votada, o Partido Social Democrata (PSD) votou contra e a CDU e o vereador independente António Parada abstiveram-se.

Ao JPN, Bruno Pereira, vereador do PSD Matosinhos, justificou a sua oposição por considerar que “não faz sentido aumentar os lugares de estacionamento pagos em Matosinhos, quando faltam dois anos para terminar o contrato“. O vereador social-democrata refere ainda que, para o partido, “não foram criadas e implementadas medidas pela autarquia que desincentivem o uso da viatura automóvel”. Nomeadamente, “zonas de estacionamento na periferia com acesso a transportes públicos”.

Mapa das ZELD em Matosinhos

Câmara revê decisão

Argumentos à parte, o alargamento da ZELD em Matosinhos foi adiado até que a autarquia possa oferecer como alternativa um parque de estacionamento gratuito no antigo centro de vacinação, situado na Avenida D. Afonso Henriques. A CMM acredita que, neste momento, é necessário dispor de estacionamento gratuito, principalmente para os trabalhadores da área.

Para o vereador do PSD, “parques de estacionamento são sempre viáveis e úteis“, mas “naquele local em específico parece um investimento a prazo e temporário, pois urbanisticamente existem projetos específicos para o local”.

Bruno Pereira revelou ao JPN que o PSD Matosinhos tomou “conhecimento do adiamento da colocação de quase 800 lugares de estacionamentos pagos em Matosinhos pela imprensa e não no seio do órgão executivo“. “Luísa Salgueiro não recua na sua decisão. Simplesmente adia a sua aplicação, provavelmente por motivos eleitoralistas, pois avaliou o crescente descontentamento em Matosinhos para com a sua governação”, acrescentou.

O espaço, com capacidade para cerca de 400 lugares, precisa de alguma intervenção da Câmara, que só deverá avançar depois da Queima das Fitas, que se realiza em zona próxima no início de maio.

Artigo corrigido às 10h45 do dia 15 de abril de 2024. A Câmara de Matosinhos adiou a criação de mais de 771 lugares de estacionamento pago e não desse número de parcómetros como erradamente se referia no título.

Editado por Inês Pinto Pereira