Num encontro a contar para 24.ª jornada do campeonato, o Futebol Clube do Porto foi, este sábado, ao Algarve, bater o Portimonense Sporting Clube, por 2-1. Numa partida com poucas oportunidades, os autogolos de Lucas Possignolo e Samuel Portugal deram a vitória aos “azuis e brancos”, que continuam no segundo posto e a dez pontos da liderança. Candé fez o golo dos algarvios.

Com o intuito de dar seguimento à atual sequência de bons resultados, colocar pressão no líder Sporting CP – que venceu, horas depois, o seu encontro – e aproveitar o embate entre SC Braga e SL Benfica para aumentar distâncias para os mais diretos perseguidores, Sérgio Conceição, técnico portista, não fez qualquer alteração em relação à vitória na receção ao Paços de Ferreira – e ao jogo em Turim – e apostou nos onze jogadores que mais garantias lhe têm dado ao longo da temporada.

Por sua vez, os comandados de Paulo Sérgio queriam, depois da derrota nos Açores frente ao Santa Clara, voltar a somar pontos e afastar-se da zona de despromoção. Face ao jogo anterior, registaram-se três alterações no onze inicial. Com Ewerton impedido de jogar por estar emprestado pelos “dragões”, também Poha e Anderson Oliveira caíram das escolhas do treinador da formação de Portimão. Em sentido inverso, Pedro Sá, Fali Candé e Lucas Possignolo foram titulares.

Arrancada de Corona para desbloquear o marcador

Os primeiros dez minutos da partida viram o FC Porto assumir a posse de bola, contudo, foi o Portimonense SC a primeira equipa a criar perigo. Anzai apareceu sozinho nas costas da defesa portista, mas o nipónico não conseguiu fazer o chapéu ao guarda-redes Marchesín, que se precipitou a sair da baliza.

Com uma linha de cinco nos momentos sem bola, os algarvios entraram bastante sólidos na manobra defensiva. Os “dragões” tinham dificuldades em penetrar a organização da formação de Portimão e a solução eram os passes longos. No entanto, o pouco espaço para explorar e a intensidade do vento provocavam uma taxa de eficácia bastante baixa destes lançamentos em profundidade.

Aos 23 minutos, contrariedade para Sérgio Conceição, com o capitão Pepe a sair lesionado e a ter de ser substituído por Diogo Leite no centro da defesa portista. Sem grandes incidências, o tempo foi passando com o FC Porto instalado no meio-campo ofensivo, mas incapaz de criar reais situações de perigo. Apesar das dificuldades da equipa da casa para manter a bola, os três centrais iam tratando de anular os dois avançados dos “azuis e brancos”.

Num jogo que pedia um rasgo individual dos mais tecnicistas para ser desbloqueado, foi precisamente dessa forma que os atuais campeões nacionais chegaram à vantagem. Já nos descontos, Jesús Corona criou o desequilíbrio através de uma arrancada junto à linha de fundo, cruzou para Sérgio Oliveira que falhou o remate, mas acabou por deixar a bola a jeito para Marega. O maliano desviou a bola do guarda-redes e viu o central Lucas Possignolo empurrar a bola para o fundo da sua própria baliza.

 

Ainda antes do intervalo, Beto foi lançado em profundidade, mas Marchesín opôs-se com sucesso ao avançado do Portimonense SC. 1-0 era o resultado no final dos primeiros 45 minutos.

Mais luta do que talento

O início do segundo tempo trouxe um jogo nos mesmos moldes da primeira parte. Mais bola para o FC Porto, enquanto os algarvios tentavam defender-se e lançar Beto nas costas da defesa adversária. Por duas vezes, o avançado ganhou a frente e surgiu bem posicionado no ataque à baliza dos portistas, mas acabou por deixar-se apanhar, primeiro por Mbemba, depois por Zaidu, e permitir que os lances morressem nas mãos do guardião argentino.

Ainda assim, ao contrário do que aconteceu nos 45 minutos iniciais, a segunda parte começou com bastantes mais aproximações de perigo à baliza. O Portimonense SC causava mais calafrios à defesa “azul e branco” e os “dragões” penetravam com maior sucesso o bloco algarvio. Em mais uma de várias bolas lançadas para as costas de Mbemba e Diogo Leite, Candé surgiu na cara de Marchesín e assistiu Beto que viu o seu remate ser travado pelo central português. No ressalto, o lateral-esquerdo da equipa da casa encostou para o empate.

 

Pouco depois, Sérgio Oliveira bateu de forma exímia um livre direto que acabou por dar em golo, depois da bola ressaltar do poste para as costas de Samuel Portugal e entrar na baliza da equipa da casa. Seguiram-se minutos de muita confusão, com os dois treinadores a serem expulsos e o árbitro a distribuir o cartão amarelo por vários jogadores que se envolveram em discussões junto ao túnel para os balneários.

 

Com o acumular de substituições, o ritmo de jogo caiu, o número de faltas aumentou e os lances de perigo foram quase inexistentes até ao final. O FC Porto geriu a vantagem e o Portimonense SC nunca conseguiu voltar a ameaçar a baliza portista. 2-1 foi o resultado final, em mais uma vitória suada e sem grande brilho dos “dragões”.

Com este resultado, o FC Porto mantém-se no segundo lugar, a dez pontos do líder Sporting CP, que venceu o seu encontro com o Vitória SC. Já o Portimonense SC cai, no mínimo, para a 13.ª posição e fica à espera dos resultados dos restantes jogos da jornada para saber em que lugar vai terminar a ronda.

“Não fomos surpreendidos”

Na conferência de imprensa após o encontro, Sérgio Conceição reconheceu que foi uma “vitória difícil” e que “à medida que nos aproximamos do final [do campeonato], essa dificuldade é mais patente”. O técnico “azul e branco” considerou que a primeira parte foi morna, com muitas paragens e que a equipa teve dificuldade em desmontar a organização defensiva do adversário, ao referir que faltou gente nas costas da linha média do Portimonense SC e velocidade na circulação.

Questionado sobre se tinha ficado surpreendido com o número de unidades defensivas que os algarvios apresentaram no onze inicial, o treinador portista disse que, independentemente dos jogadores em questão, a sua formação estava preparada para que o adversário explorasse as transições, o jogo direto para Beto e a entrada nas costas pelo Aylton Boa Morte. “Não fomos surpreendidos”, afirmou Sérgio Conceição, que teceu ainda, mais uma vez, críticas em relação ao tempo útil de jogo e às muitas paragens durante a partida.

Faltou eficácia

Paulo Sérgio afirmou que é “difícil ganhar jogos quando não tens eficácia” e aludiu às várias situações em que o Portimonense SC conseguiu colocar jogadores isolados na cara de Marchesín. Nesse sentido, referiu que a “estratégia foi interpretada na perfeição pelos jogadores”, mas que desperdiçar tantas oportunidades contra adversários da valia do FC Porto torna tudo mais complicado.

O técnico dos algarvios disse ainda que o primeiro golo, lance no qual considera ter havido braço na bola de Sérgio Oliveira, nasce de uma abordagem infantil à jogada individual de Corona e que o segundo surge na sequência de uma falta desnecessária. Dois erros que custaram caro à sua formação. Paulo Sérgio pediu ainda desculpa aos seus jogadores por ter sido expulso.

Na próxima jornada, disputada depois da pausa para as seleções, o FC Porto recebe o Santa Clara, enquanto o Portimonense SC vai à Madeira defrontar o Nacional, num encontro com fortes implicações na luta pela permanência. As duas partidas ainda não têm data e hora marcada.

Artigo editado por Filipa Silva