A 23.ª edição do Campeonato da Europa de Sub-21 começou da melhor forma para a seleção das “quinas”, com uma vitória por 1-0 frente à Croácia, em Stadion Bonifika-Koper, na Eslovénia, em jogo referente à primeira jornada da fase de grupos.

Apesar de alguns momentos de nervosismo, a Seleção Nacional Sub-21 mostrou-se sempre por cima no encontro e foi o suplente Fábio Vieira que desbloqueou o resultado. Com a conquista dos três pontos, Portugal lidera o Grupo D em igualdade com a Suíça, que venceu a Inglaterra pelo mesmo resultado.

O onze apresentado pelo selecionador Rui Jorge foi dentro do que era expectável, apostando num 4-3-3 padrão, promovendo o avançado Tiago Tomás para o onze inicial, no seu jogo de estreia pelos Sub-21 e apostando em jogadores que jogam juntos há muitos anos, como é o caso dos centrais Diogo Leite e Diogo Queiróz e os centrocampistas Florentino Luís e Gedson Fernandes. Pedro Gonçalves e Francisco Trincão preencheram as alas, com o apoio dos laterais Diogo Dalot e Thierry Correia e o avanço constante de Vitinha no terreno de jogo. A baliza ficou à guarda de Diogo Costa.

Já o selecionador croata Igor Biscan apresentou durante grande parte do encontro um esquema de 5-4-1, com linhas juntas, mais recuadas e sempre em busca do jogo de transição rápida pelas alas e com remates de longa distância, muito a partir da capacidade atlética e técnica de jogadores como Majer e Ivanusec, jovem dupla do Dinamo Zagreb.

Primeira parte dominada por Portugal

O início do encontro mostrou o que ambas as equipas pretendiam do encontro, com Portugal a assumir o controlo da posse da bola e à procura de uma construção mais organizada do seu jogo. Apesar disso, foi a Croácia que criou os primeiros lances de perigo na partida, com um remate perigoso do capitão Nikola Moro ao terceiro minuto do encontro, que saiu perto da baliza protegida por Diogo Costa.

Aos 17 minutos, foi a vez de Lovro Majer, principal agitador do jogo croata na primeira parte, testar o guarda-redes portista, com um remate à entrada da área, para uma defesa atenta do guardião nacional.

Foi a partir deste momento que o jogo ofensivo português começou a fluir e a pressão alta dificultava cada vez a organização ofensiva dos croatas. A Seleção Nacional conseguia criar mais jogo perto da área da Croácia, especialmente a partir da ala direita, com combinações constantes entre Trincão e Vitinha.

Os últimos 15 minutos do primeiro tempo estiveram repletos de oportunidades para os pupilos de Rui Jorge, mas sempre travados pelo mesmo homem, o guarda-redes da Croácia, pertencente aos quadros do Chievo Verona, Adrian Semper.

“Pote”, melhor marcador da Primeira Liga Portuguesa, foi o primeiro a testar o guardião com um remate perigoso aos 33 minutos, para uma bela defesa de Semper. Ao minuto 37, um passe picado de Vitinha descobria o movimento de rutura de Gedson Fernandes, que não teve paciência e rematou com o seu pior pé para a malha lateral da baliza croata.

As únicas chances ofensivas da Croácia vinham de perdas de bola em períodos de construção ofensiva de Portugal, com o lateral direito Thierry Correia em evidência nesse aspeto menos positivo. Ao 42.º minuto, Vitinha volta a testar Semper, com a bola ainda a bater no relvado antes de chegar perto das mãos do guarda-redes croata, espelhando o que se passou ao longo de toda a primeira parte.

O sucesso estava no banco de Portugal

No reatar da partida, a Croácia ameaçou uma pressão alta nos primeiros minutos, mas durou pouco tempo. Portugal voltou a assumir o controlo da bola, mas mantinham-se os problemas na definição do último passe e na finalização. A seleção croata permanecia-se inofensiva na construção a partir da defesa, indo sempre à procura do erro português.

Ao minuto 62, Rui Jorge decide promover uma tripla substituição, com as saídas de jogadores que estavam bem no encontro como Trincão, Florentino e Tiago Tomás, para as entradas de Fábio Vieira, Dany Mota e Francisco Conceição, na sua estreia pelos Sub-21.

Mantendo a estrutura tática num 4-3-3, com Vitinha a recuar mais no terreno, esta aposta veio a dar frutos ao minuto 67, quando numa recuperação de bola à entrada da área croata, Dany Mota descobre a desmarcação de Fábio Vieira pelo lado direito que, no frente a frente com Semper, não desperdiçou, rematando ao primeiro poste e estabelecendo justiça no marcador. Portugal ganhava por 1-0.

Com o golo marcado, a Croácia mostrou-se ligeiramente mais atrevida ofensivamente, mas sempre pelos pés do extremo-esquerdo Ivanusec, que tinha sido bastante elogiado na conferência de antevisão por Rui Jorge e causava dificuldades a Thierry Correia.

Apesar desse fator, os remates foram sempre poucos e as jogadas de perigo surgiam sempre a partir da displicência do meio-campo português que perdeu alguma segurança na posse de bola com a troca de Vitinha por Daniel Bragança.

Portugal esteve perto de ampliar o resultado aos 85 minutos de jogo, com uma clara oportunidade para Diogo Leite, que, após um excelente passe de Gedson Fernandes, e cara a cara com Semper, rematou muito por cima da trave.

No final dos seis minutos de compensação, o apito final do árbitro polaco Bartosz Frankowski indicava o final da partida, num duelo em que venceu a melhor equipa, mas com um resultado escasso para o que produziu.

“A qualidade individual dos jogadores fez a diferença”

Rui Jorge, selecionador nacional de Sub-21, disse que a equipa “esteve bem, foi bastante agressiva, definiu bem nos momentos de pressão, o que não é fácil contra a Croácia”. O selecionador referiu também que gostaria que Portugal tivesse “mais situações” claras de golo, mas que “ainda assim, tivemos um resultado positivo”.

No que toca ao golo marcado, Rui Jorge destacou que “a qualidade individual dos jogadores fez a diferença”, elogiando a “receção e passe” de Dany da Mota e a “definição com classe” de Fábio Vieira.

O próximo encontro de Portugal na fase de grupos do Campeonato da Europa Sub-21 é já este domingo, pelas 20h, frente à Inglaterra, num jogo em que uma vitória garante automaticamente a presença nos quartos de final da competição, agendados para o mês de junho.

Artigo editado por João Malheiro