O regresso à liga milionária começou mal para o FC Porto. Com Fucile desamparado face às subidas do lateral-direito Rafinha e dos movimentos ofensivos de Kuranyi, constantemente a cair na faixa lateral, o Schalke 04 abriu o marcador logo aos três minutos, por intermédio do ponta-de-lança alemão. Estava estabelecido o resultado final, ainda o jogo mal tinha começado.

Com superioridade numérica no meio-campo, o Schalke entrou no jogo a todo o gás, fazendo pressão com grande amplitude de jogo e boa ocupação dos espaços. O FC Porto não conseguia respirar e parecia uma equipa partida, sem qualquer entrosamento entre meio-campo e ataque. Jesualdo Ferreira optou por um Farías que tem estado com pontaria afinada, mas que se revelou inconsequente na luta contra dois centrais fortes.

Com elementos móveis e rápidos no ataque, a criatividade de Rakitic e a apatia de Fucile, o Schalke conseguiu criar oportunidades sempre que imprimiu mais velocidade no jogo, aproveitando-se do balanceamento dos “dragões” no ataque. Helton respondeu, evitando que os números no marcador se alterassem.

Embora João Paulo, lateral adaptado, não tenha comprometido, ao FC Porto faltou o lesionado Bosingwa, fundamental na dinâmica ofensiva e na criação de superioridade numérica a meio-campo.

Com Lisandro demasiado preso à ala direita, o FC Porto não conseguiu penetrar nos espaços vazios, melhorando o ritmo de jogo a partir do momento em que o argentino recuou no terreno, dando força ao meio-campo. O FC Porto ficou mais coeso, conseguiu estender o seu jogo e conseguiu criar mais situações de perigo, estando perto do golo numa situação.

Contudo, o perigo não deixou de surgir no corredor direito do ataque alemão, até que Jesualdo passou João Paulo para o lado esquerdo, devolvendo Fucile à direita. Estava corrigida a grande fragilidade portista até então. Rafinha deixou de subir no terreno e Kuranyi teve que procurar outras zonas do campo. Os portistas de imediato sentiram uma maior consistência no terço defensivo, subindo de rendimento.

No segundo tempo, o FC Porto começou como acabou: com ligeiro domínio e melhor circulação de bola, mas ainda sem a pontaria afinada, apenas conseguindo finalizar de meia distância. Com a substituição de Farías por Tarik, os portistas perderam poder de fogo na área – que fora bem anulado – apostando na irreverência, velocidade e mobilidade, permitindo aos portistas a criação de mais espaços no último reduto do campo.

O marroquino até nem entrou bem, mas o segundo tempo mostrou um FC Porto mais consistente e personalizado, embora só criando uma oportunidade clara de golo aos 79 minutos, numa combinação entre Lucho, Lisandro e Quaresma. Os últimos minutos foram de aperto para a baliza dos anfitriões, mas não chegaram para mudar o marcador.

No regresso a Gelsenkirchen, o FC Porto encontrou uma equipa forte e mais eficaz, manchando a memória de uma das mais felizes lembrança dos dragões. Novo encontro está agendado para 5 de Março, no Estádio do Dragão, com tudo em aberto para o desfecho da eliminatória, onde o Schalke leva vantagem como prémio pela eficácia.