A cidade do Porto juntou-se esta sexta-feira às comemorações nacionais do Dia dos Centros Históricos. Apesar das condições climatéricas não terem sido muito favoráveis, ao início da tarde o gabinete do Posto de Turismo do Porto contava com mais de 1.200 inscrições para as várias actividades providenciadas.

Os interessados poderiam, mediante uma inscrição prévia, ingressar numa visita guiada pedestre pelo Centro Histórico, num cruzeiro pelo Rio Douro ou visitar gratuitamente monumentos classificados aderentes como o Palácio da Bolsa e a Casa do Infante, entre outras actividades. Também alguns bares e restaurantes da Zona Histórica juntaram-se à iniciativa ao garantir petiscos a 1 euro e algumas lojas ofereceram descontos de 10% a 25%.

Apesar do mau tempo, as iniciativas registaram uma adesão elevada. Segundo Inês Ferreira, representante do pelouro da Cultura, Turismo e Lazer da autarquia, a procura superou as expectativas também por ser o “primeiro ano” em que a Câmara do Porto “avança com um programa articulado com outras entidades”, como monumentos, restaurantes e bares.

Para Inês Ferreira, esta iniciativa lança o convite para “ser-se turista dentro da própria cidade” do Porto, um “espaço que ainda está por descobrir”.

Maria Rodrigues aceitou o convite, precisamente, para “conhecer a cidade”. Inscreveu-se numa das visitas guiadas pedestres ao Centro Histórico com a duração de três horas. Antes de começar a travessia, referiu ao JPN que estas iniciativas são uma forma económica de conhecer os monumentos da cidade.

“Reflectir sobre o centro histórico”

O Palácio da Bolsa foi um dos monumentos que aderiu às comemorações ao garantir gratuitamente visitas guiadas em quatro línguas. Para Nuno Botelho, director executivo da Associação Comercial do Porto, a adesão do monumento a estas iniciativas era o “mínimo” que poderia ser feito. No entanto, considera que estas actividades devem “ser utilizadas para reflectir sobre o centro histórico”, tirando “ilações” sobre os problemas da cidade.

Já Maria do Céu Xavier, responsável pelo bar Uma Velha Tinha um Gato, na Praça da Ribeira, acha que também o “cidadão comum” deve dar “ideias à Câmara” para promover a cidade, envolvendo também os “empresários e não só a autarquia”. Maria do Céu salienta que devem ser organizadas outras iniciativas para dinamizar o Centro Histórico, pois “o ano é grande, tem 12 meses, e a recessão também é grande”.