Morreu um dos mais importantes músicos do rock’n’roll norte-americano dos últimos 60 anos. Bo Diddley, com 79 anos, morreu de complicações cardíacas na segunda-feira, depois de ter passado os últimos meses em recuperação de um ataque cardíaco que sofreu em Agosto.

A par de Jerry Lee Lewis, Chuck Berry e Little Richard, ajudou a estabelecer um estilo de rock que marcou definitivamente o género a partir dos anos 50. Crescido na cidade de Chicago, os seus primeiros temas foram lançados pela influente Chess Records que também editou trabalhos de John Lee Hooker e Muddy Waters.

“Eu continuo a saltar, a estar bem. Estou a tentar perceber como manter-me no jogo. A América larga-te como a uma batata quente, independentemente do teu tamanho. És grande num dia e no seguinte, de repente, já fazes parte do passado. Talvez só tenha percebido agora como é que tudo isso funciona”, dizia Diddley em 2003 em entrevista ao jornal “New York Times”, numa de várias referências que fez na fase final da vida ao que encarava como sendo uma falta de reconhecimento pela sua música.

Nessa mesma entrevista, o artista norte-americano afirmava ter “aberto a porta para muita gente”. “Eles correram para dentro e deixaram-me a segurar na maçaneta”.

Em 1979, a banda britânica The Clash, prestes a começar a primeira digressão pelos EUA, terá pedido a Diddley para fazer a abertura dos concertos. “Não consigo olhar para ele sem que a minha boca se abra”, afirmou na altura o vocalista dos Clash, Joe Strummer. Na primeira conferência de imprensa dos Beatles nos EUA, um jornalista perguntou a John Lennon o que é que o cantor mais queria ver no país. Lennon respondeu “Bo Diddley”.