Manuel Fernando, 50 anos, tem um talhão na Horta da Condomínia, uma das três hortas urbanas do Porto (as outras duas ficam em Aldoar). Apresenta-se como “bio-agricultor em full time“, ocupação que acumula com a pintura e a escultura. Cultiva agora, no seu talhão, mais de 60 espécies. Sacrifica cinco metros quadrados dos 25 a que teve direito para caminhos. “Custa muito pisar uma planta“, diz.
Para Manuel Sanfins, 77 anos, a horta é uma forma “de passar o tempo”, até porque “há sempre gente” no local. Resolveu inscrever-se ao ver da sua janela os trabalhos e o convívio na horta. Planta de tudo um pouco, de acordo com a altura do ano.
Com 25 talhões, a Horta da Condomínia, criada em 2004, está situada no Bairro das Condominhas. Ana Luísa Coutinho, da Direcção-Geral do Ambiente da Câmara do Porto, explica que os factores que levaram à escolha deste terreno prenderam-se com a “qualidade do solo” e a “exposição solar”, após uma pesquisa feita em colaboração com a Lipor, responsável pelo projecto “Horta à Porta“.
A divulgação foi feita através da Junta de Freguesia de Lordelo do Ouro para apurar o número de interessados. Houve “bastantes candidaturas”, recorda Ana Luísa Coutinho. “O critério fundamental teve a ver com o facto de residir na freguesia, portanto foi dada preferência aos residentes na freguesia”, acrescenta.
“As alfaias e as casas de apoio foram dadas pela Lipor” e “o projecto de arquitectura e todo o arranjo foi da responsabilidade da câmara”, explica.
