Trinta anos de banda, trinta anos de conquista contínua de fãs. Desde os inícios dos anos 80 até à actualidade, existem fãs que seguem a carreira dos Xutos e Pontapés. Para os amantes do punk inicial da banda, o novo álbum, homónimo, acaba por ser “uma boa surpresa”.

“Na minha opiniao é dos melhores destes ultimos tempos, nao me canso de o ouvir” explica Francisco Pinto, do grupo “desde os 10,11 anos, quando um primo meu, mais velho, me ofereceu uma k7 com algumas músicas dos Xutos.Posso dizer que fiquei imediatamente fã”, revela ao JPN.

“Claro que já o ouvi – já o comprei! Sinceramente não o considero o melhor album de toda a carreira, mas gosto. O que sinto, ao ouvir este álbum é uma forte influência do Tim a solo, da sua sonoridade”, confessa Rosa Soares, autora do blogue “Conta-me histórias”, enquanto aguarda pela oportunidade de ouvir as novas músicas em concerto. “É impossível não gostar dos Xutos ao vivo. Eles são fantásticos, transmitem uma energia, que só se consegue quando se toca com a paixão com que tocam. “, revela “Homem do Leme”, pseudónimo que adopta no blogue.

Três estrelas

Rui Miguel Abreu, jornalista na revista Blitz atribui apenas três estrelas a este novo álbum dos Xutos e Pontapés. “Eu acho que a música que os Xutos fazem hoje em dia é uma música que lhes vale uma maior audiência. Mas em termos estéticos acho que já arriscaram mais”. Quanto a um dos singles do novo álbum, “Sem eira nem Beira”, cantado por Kalu , Rui Miguel Abreu constata que “são os Xutos a reclamar um lugar que eles sabem que é deles também, que é o lugar da agitação das consciências, o lugar de meter o dedo na ferida. Esteticamente, tem qualquer coisa desse lado mais genuino e primitivo deles.Mas são Xutos de 2009, não de 79”, ressalva.

“É um álbum que mantém a rebeldia típica da banda («oiça-se o Sem eira nem Beira«), mas no qual se nota muito bem a maturidade da banda. Senti falta dos solos do Cabeleira. Adoro o perfeito vazio”, acrescenta.

O single “Sem eira nem Beira” acabou por resultar em alguma polémica devido à associação com o governo de José Sócrates. “Está muito bom, e se os politicos não gostam é porque sabem que o esta musica ‘fala’ é verdade. Acho que é o que toda a gente pensa, e é o que realmente se passa no nosso país”, refere Francisco Pinto.

Infelizmente, o Kalu a cantar esta música apenas está a transmitir o que todos nós pensamos. “Digamos que é o porta-voz da populaçao portuguesa”, acrescenta.