“A audiência quer muito mais agora do que há 40 anos e por isso o jornalista tem de saber fazer as coisas de maneira diferente.” O conselho é de Xosé Pereira, professor no departamento de Ciências da Comunicação da Universidade de Santiago de Compostela que esteve, esta quinta-feira, à conversa com os alunos de mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto (UP).

Xosé Pereira, para quem “ser jornalista é o melhor do mundo”, elucidou os alunos para a importância da rapidez numa sociedade em que “a informação não nasce, mas faz-se.” Tendo em conta que, nos dias de hoje, a mobilidade da informação e dos jornalistas se torna fundamental, Xosé Pereira apresenta dois enfoques: a deslocação do jornalista ao local da notícia e a deslocação da redacção juntamente com o profissional.

“Um enfoque não é melhor do que o outro, mas o segundo tem alguma vantagem, na medida em que é a tendência do futuro”, explica o docente. “Para fazer melhor o seu trabalho, o jornalista tem de ter acesso a todos os recursos que podem estar à sua disposição”, afirma Xosé Pereira. Neste sentido, lança um desafio aos alunos de mestrado: conseguirem imaginar um modelo de gestão de conteúdos aplicável a um projecto para uma emissora de rádio pela Internet.

O modelo apresentado pelo investigador passa pela “integração de todas as ferramentas necessárias” ao jornalista: a agenda, o acesso a bases de dados e a redes sociais e a relação com os colegas, chefes e audiências. Conceitos que, segundo Xosé Pereira, “ganharam uma nova vida com as tecnologias.”

A palestra ficou marcada pelo tom intimista do convidado que deixou os alunos de mestrado à vontade para o interromperem sempre que necessário.