Foi perante uma plateia repleta, na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que José Carreras foi agraciado, esta terça-feira, com o Doutoramento Honoris Causa.

Nas palavras de Henrique Barros, professor catedrático da FMUP que procedeu ao elogio de Carreras, a distinção “consagra publicamente e com particular solenidade a actividade extraordinária de uma pessoa, que pelos seus méritos, deve ser trazida ao lugar mais alto da dignidade universitária”.

O professor catedrático prosseguiu, acrescentando que “a solidariedade e e o combate humanitário, como expressos na actividade da Fundação Internacional Josep Carreras para a Luta contra a Leucemia, fazem parte do melhor que há para valorizar”.

A ocasião serviu para o tenor anunciar um novo projecto da Fundação que fundou. Uma vez que a “missão principal” da instituição é o “apoio à investigação científica”, José Carreras avança que, em 2012, “vai ser posto em funcionamento um Instituto Internacional de Investigação centrado exclusivamente na leucemia”.

“A leucemia fez-me ver com toda a clareza a sorte que tive na vida”

Recordando os laços que o unem à cidade do Porto e a Barcelona, o tenor não deixou de recordar as origens da sua Fundação. Falou do tempo que esteve doente com leucemia, em 1987, e do apoio que teve da sua família e de uma equipa médica “extraordinária”. “Mais que os êxitos como artista lírico nos mais importantes teatros do mundo, foi a leucemia que me fez ver com toda a clareza a sorte que tive na vida”, afirma.

“Senti-me em dívida com a sociedade e com a ciência”, confessa. E, por isso, criou a Fundação Internacional Josep Carreras para a Luta contra a Leucemia. Para “ajudar os que actualmente sofrem ou virão a sofrer no futuro por causa desta doença”.

O músico catalão conclui o seu discurso com uma palavra de apreço aos doutores presentes: “Sempre fui da opinião que a música é uma excelente medicina. Vocês destinam os vossos esforços a curar o corpo das pessoas; o canto, por sua vez, reconforta o espírito”.