Uma distinção “muito importante” que reconhece o “valor do projecto em si” e o “trabalho e dedicação da equipa do Hard Club”. É com estas palavras que Paulo Ponte, representante da instituição, reage ao Prémio Nacional de Indústrias Criativas, gerido pela Fundação de Serralves e pela Unicer, que foi atribuído ao projecto há duas semanas em Lisboa. Também o projecto Cut Furniture, ligado à área de design, foi premiado.
A nova casa do Hard Club será inaugurada, “se não houver atrasos”, em Março de 2010, explica o responsável. As obras têm início já esta semana, na quarta-feira, e vão ser divididas em duas fases.
Ideia.m recebe Menção Honrosa
A Ideia.m, uma empresa integrada no UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, também foi premiada no Laboratório Criativo 2009, desta feita com uma Menção Honrosa. À semelhança de todos os projectos que estiveram a concurso, a Ideia.m foi avaliada por um júri, constituído por elementos da UNICER e Fundação de Serralves que, de acordo com a Universidade do Porto, “reconheceu inequívoco valor ao projecto de Júlio Martins e João Petiz, os seus promotores”. A mesma fonte explica que este projecto se dedica “à construção de instrumentos musicais e outros produtos ligados às artes a partir de materiais compósitos” como “fibra de carbono usada na aeronáutica e nos protótipos de Fórmula 1”. A Ideia.m foi uma das 171 candidatas ao prémio, tendo chegado aos dez projectos finalistas.
Como explica Paulo Ponte, a primeira fase de obras é “relativa à recuperação do Mercado Ferreira Borges” que “não vai provocar mudanças” na fachada original do edifício. Numa segunda fase, que irá decorrer “dentro de três meses” é iniciada a construção do espaço interior, no qual vão ser criados três espaços: “dois blocos insonorizados, que são salas de espectáculo”, sendo que o primeiro tem “capacidade para mil pessoas” e o segundo é um “auditório com 150 lugares sentados e 300 em pé”.
“Num terceiro espaço vai existir uma cafetaria, um lounge dedicado a vinhos e eventos enogastronómicos” e “uma loja de merchandising, que vende bilhetes para eventos do Hard Club e para circuitos turísticos do Porto”, acrescenta o responsável.
Esta nova faceta dedicada ao turismo é um factor que Paulo Ponte não quer colocar de parte. Como explica, “vai haver uma livraria e uma discoteca que servem de apostas fortes no turismo, porque os livros são dedicados às artes nacionais e à cidade e a música comercializada vai ser também, na sua maioria, nacional”, não excluindo, no entanto, “títulos de bandas que venham ao Hard Club tocar.”
Uma programação “mais generalizada”, mas que não esquece o passado
Na parte da programação também há novidades. O espaço estará aberto “desde as 9 da manhã até à meia-noite, todos os dias” e ao fim-de-semana “até às quatro da manhã”. Os mais novos vão ter direito a “uma programação infantil, que está a ser desenvolvida de forma criar laços entre as crianças e a música”. Os jovens “entre os 12 e os 30 anos” vão poder frequentar “workshops, formações e conferências”.
A aposta é agora “mais generalizada” e vai desde “o teatro, o cinema, a música e a gastronomia”, mas Paulo Ponte deixa uma ressalva para o público de sonoridades mais pesadas, que se tornaram apostas regulares no antigo Hard Club: “Vamos continuar a ter heavy, death, trash metal, e por aí fora. Até porque também são géneros muito apreciados pela equipa do Hard Club”, finaliza.