O espectáculo “Três Cantos” levou José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto ao Coliseu do Porto este fim de semana, juntando num só palco os êxitos dos três artistas.
À semelhança do que aconteceu no Campo Pequeno, onde a afluência fez esgotar a primeira data e justificar uma segunda, “Três Cantos” foi realizado, no Porto, a dois “actos”: dia 31 Outubro e 1 de Novembro.
Foi perante um Coliseu lotado que José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto interpretaram canções que marcaram a história da música em Portugal.
Na “bagagem”, o trio levou canções que falam sobre a luta política, a guerra, o amor e os estereótipos sociais, temáticas convergentes ao longo das carreiras e dos percursos de vida dos três compositores e intérpretes que marcaram a chamada época do Colectivo, que se seguiu ao 25 de Abril de 1974.
Músicas como “O primeiro dia”, “Inquietação”, “Canto dos Torna-viagem” e “O charlatão” foram acompanhadas atentamente pelo público, que aplaudiu de pé pelo menos três vezes ao longo do espectáculo.
“É emocionante assistir à história portuguesa, à nossa história cantada com muita sensibilidade e com tamanha aproximação daquilo que nós somos”, afirma a produtora cultural Minês Castanheira. “Não foi um concerto carregado com o peso do saudosismo. Pelo contrário: foi um concerto cheio de vida, a ponto de vivificar o passado com uma releitura bastante actual da identidade do nosso país”, acrescenta.
Para quem não conseguiu bilhete para os espectáculos, ou para quem os quiser relembrar, os concertos de Lisboa e Porto serão disponibilizados em CD e DVD. Uma edição especial, para além das actuações ao vivo em formato áudio e vídeo, é acompanhada por um livro de 40 páginas e de um documentário sobre o espectáculo.
