A Academia Contemporânea do Espectáculo (ACE)/ Teatro do Bolhão aguarda por patrocínios do Ministério da Cultura e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) para terminar a recuperação do Solar do Conde do Bolhão, na Rua Formosa. António Capelo, da direcção da ACE, acredita que a classificação como Monumento de Interesse Público, a 19 de Março [Portaria n.º 218/2010 em PDF], pode trazer mais patrocínios ao projecto.

Pretende-se que o Solar do Conde do Bolhão se transforme num pólo de actividade cultural da Baixa, contendo um parque técnico e salas de aulas, espaços de ensaio e armazenamento e espaços de apresentação ao público.

O passado do Solar:

O edifício foi mandado construir em 1844 por um dos comerciantes mais ricos do país, António de Sousa Guimarães, e ficou conhecido pelas faustosas festas promovidas pelo Conde do Bolhão. A vida social do palácio foi dada a conhecer pelas descrições de Camilo Castelo Branco. No século XX, o espaço foi convertido na Litografia do Bolhão, que entretanto o abandonou em 1990.

Já lá vão doze anos desde que a ACE apresentou à Câmara Municipal do Porto (CMP) um projecto de reconversão e ocupação do espaço e desde 2001 que o palácio foi adquirido pela autarquia e cedido à Academia. Desde então que o espaço serve, esporadicamente, apenas como sala de ensaios. Até hoje foram já gastos cerca de um milhão de euros na obra, financiada pelo Ministério da Educação, pela CMP e pela própria ACE.

Uma primeira fase de obras, que comporta a recuperação de infra-estruturas e cobertura e a reconstrução de um anexo lateral, está terminada. O próximo passo é a recuperação do exterior do edifício e o restauro do interior. Mais tarde, prevê-se ainda a recuperação do anexo traseiro que será transformado num novo auditório.

O JPN visitou o edifício e, entre um e outro ensaio da ACE, conheceu o contraste entre os pormenores oitocentistas e os projectos de futuro para o palacete da Rua Formosa.