Até agora, os fruticultores seguiam um método menos eficaz e mais invasivo: “Para avaliar a maturação, o fruto tinha que ser espetado com uma sonda para ver os quilos de força que são exercidos, um processo destrutivo, que não dá informações precisas e que conduz ao desperdício”, explica Ricardo Cardoso, investigador principal do projeto. Agora, este novo sistema permite um registo mais eficaz. “O processo não é destrutivo” e até “pode ser feito com a fruta na árvore ou nas próprias câmaras frigoríficas”, explica.

A aplicação baseia-se na junção de “um dispositivo de ultrassons no smartphone, ligado a uma espécie de pinça que, quando encostada ao fruto, emite informações sobre os níveis de açúcar que permitem identificar com precisão em que fase de maturação se encontra”.

A ideia “surgiu quase de uma conversa de café com um engenheiro agrónomo e era ainda um pouco volátil”. No entanto, depois de “um levantamento do mercado-alvo e do potencial de clientes a nível nacional e internacional”, a ideia progrediu, conta.

O consumidor final como público-alvo

Quanto à possibilidade de o consumidor final poder usufruir desta aplicação, facilmente, no supermercado, de modo a avaliar se a fruta está no ponto de maturação que aprecia, Ricardo Cardoso mostra-se cauteloso. “Apesar do target analisado ter mostrado interesse no sistema e estarmos a ser inundados de mais pedidos de informação, pode chegar-se à conclusão de que o esforço de adaptação a esse mercado não justifica o potencial interesse do consumidor final”, afirma.

Também indefinido está o modelo de negócio adjacente ao consumidor final, uma vez que poderão ser as “próprias superfícies comerciais a disponibilizar o dispositivo ou então o consumidor final a ter que o adquirir”, conclui.