Foram 30 mil as pessoas que rumaram ao Meco para estar no último dia do Super Bock Super Rock. Todo o dia, mesmo com o brilhantismo de alguns concertos, pareceu um compasso de espera para a entrada da banda de Josh Homme em palco.

Quando finalmente o jogo de luzes e sons anunciaram a entrada de Queens of The Stone Age em palco, não houve quem conseguisse conter as emoções e o grande Homme foi recebido com pulos e gritos de histeria.

Com nada de tímido e muito de provocador, o vocalista, produtor e até mestre, mexeu o corpo em consonância com a guitarra e deu ao público o que eles mais queriam: um espetáculo completo, quase perfeito e com uma envolvência de outro mundo. Ajudaram os ritmos, a bateria imparável, o público fiel e conhecedor, a lua cheia e as imagens que a banda foi projetando durante todo o concerto.

Não faltaram “Little Sister” ou “Sick Sick Sick”, com corpos como varas verdes, e ainda as mais tranquilas como “No One Knows”, “Make It Wit Chu” ou a mais recente “If I Had a Tail”. Um espetáculo de puro rock, com guitarradas de fazer inveja, uma multidão possuída e uma banda com uma postura de outros tempos.

O espetáculo acabou com “Song For The Dead” e um mosh que não perdoou. Mais uma vez, o SBSR não teve encore no último dia (em 2011, The Strokes também já não voltaram ao palco) e houve protestos, mas todos pareceram sair de “barriguinha cheia” deste concerto de hora e meia.

Gary Clark Jr soube fazer jus à fama que já o persegue

Mas o terceiro dia tinha começado há muitas horas atrás, com Tara Perdida a cativar umas boas centenas no palco secundário, com o mais puro punk rock português. Do outro lado, os igualmente portugueses Miss Lava estavam entre iguais: Estes gajos “são os mesmos gajos que daqui a bocado vão estar aí em baixo a ver Queens of the Stone Age!”, dizia o vocalista Johnny Lee.

Já os irlandeses Ash, que vieram a seguir, não conseguiram reação, apesar do esforço, e perderam para We Are Scientists, que não deram hipótese no palco secundário. Horas depois, no mesmo sítio, Digitalism (DJ Set) fazia as honras do after hours, para quem ainda se aguentava em pé – e foram muitos.

Mas antes disso, por volta das 23h30, o texano Gary Clark Jr fazia a sua magia mesmo antes de Queens of The Stone Age. Um autêntico “bluesman” que conseguiu uma plateia cheia para as suas músicas demoradas, com experiências aqui e ali e umas brincadeiras de vez em quando que culminavam em solos prolongados de cair o queixo.

Com um bocadinho de Jimmy Hendrix e alguma coisa de Ben Harper, o músico americano libertou umas sonoras “Bright Lights”, “Please Come Home” ou ainda “Don’t Owe You A Thang” pelas areias do Meco.