O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto – UPTEC foram os locais escolhidos para a reta final do Future Places 2013, que terminou este fim-de-semana.

Desde logo com uma conferência – “Images we read: Image in science in 2013” – que pretendeu desmistificar a divisão entre a ciência e a arte. Alguns docentes da Universidade do Porto (UP) faziam parte do painel de oradores e apresentaram trabalhos, onde a imagem teve um papel fulcral no desenvolvimento e posterior interpretação dos projetos.

Álvaro Domingues, professor da Faculdade de Arquitetura (FAUP), referiu que a fotografia é utilizada com frequência nos seus trabalhos. A Geografia Humana é a principal especialização do professor universitário, o que o leva a procurar, nas imagens, representações da identidade portuguesa – “A fotografia não ilustra, é autónoma”, explica.

Um brinde ao Future Places

Durante a tarde do último dia do Future Places, o espaço de intervenção cultural “Maus Hábitos” foi o palco da apresentação dos resultados dos Citizen Labs, que foram desenvolvidos durante a semana. Foram exibidos sons, jogos, animações, vídeos e fotografias que resultaram da criatividade dos participantes. Para finalizar a tarde, Debbie Anzalone falou da sua experiência como diretora de filmes e também abordou temas como a realização de documentários e publicidade para a televisão. A tarde acabou ao som de copos a brindar à edição deste ano.

O território foi a temática abordada durante a apresentação, designada por “Tradução – mapear o real”. Para Álvaro Domingues, “o território aparece como uma arma de arremesso político” e a dicotomia rural/urbano, muitas vezes representada em mapas, encontra-se desatualizada. O professor exibiu um esquema de organização temática como “sugestão”, por considerar a questão territorial demasiado analítica.

José Augusto Pereira, professor do ICBAS, apresentou “Extraindo o Simples do Complexo”, um trabalho sobre a evolução molecular. A representação visual do projeto partiu de notas tiradas à mão pelo próprio professor. O desenvolvimento de um modelo, que integrasse a diversidade das moléculas, foi o principal problema encontrado. O objetivo, segundo José Augusto Pereira, seria programar regras básicas e não resultados finais. A elaboração de um algoritmo a partir do modelo seria o último passo.

A comunicação da ciência está a caminhar no sentido do dinamismo e criatividade da produção de conhecimento. A possibilidade de inúmeras leituras dos trabalhos científicos reforça o caráter mais visual e atrativo da ciência em 2013.