Diz a lenda que as Tripas à Moda do Porto nasceram há 600 anos, ainda na época dos Descobrimentos. Ainda assim, a história não é consensual.

Consensual é, no entanto, a receita. Mas não basta seguir os passos – há que saber os segredos. O cálice do Vinho do Porto, por exemplo, é um ingrediente incontornável. O chef de cozinha Humberto Borges ajudou no processo.

Mas como não podia deixar de ser, em seis séculos de vida, o prato foi sendo mutado. Especiarias aqui e novas adições de carne acolá, as Tripas foram-se transformando e a receita foi enriquecendo. No fim, o que interessa é que “sejam feitas com amor e carinho”.

Hoje em dia, também cada casa que as serve deixa o seu cunho pessoal no prato. E embora já todo o tipo de restaurantes o sirva, são muitos os que acreditam que as verdadeiras tripas se comem nas tascas mais típicas.

Ainda assim, nem todos os portuenses se perdem de amores pelo prato. O normal é serem conquistados desde logo pela mistura saborosa, mas também há quem só o goste de ver longe. Do aspeto ao cheiro, é fácil não gostar, mas as Tripas são, no geral, um sucesso.

Quem mais torce o nariz, ainda assim, são os estrangeiros. O nome “Tripas” assusta e até se provar, o aspeto convence pouco. Mas o paladar conquista rápido.

Tanto é que, quando o prato esteve em risco de se extinguir, um grupo de portuenses uniu-se para criar a Confraria Gastronómica das Tripas à Moda do Porto. Uma organização nascida em 2001 que se dedica, muito a sério, a promover e a levar além-fronteiras o prato típico.

E desengane-se quem achou que este era um artigo exclusivo para os que comem carne. Fugindo à tradição mas mantendo a mistura de sabores, já há alternativas para vegetarianos. Fica a receita.

Com autoria de Filipa Mendes e Francisco Perez; Ana Ramos e Marisa Silva;  Elísio Mota e Ana Catarina Ribeiro; Anna Luísa Marotti, Rita Rocha e Joana Ribeiro; Nídia Azevedo, Catarina Côrte Real e Pedro Albuquerque; Inês Serra e Vânia Pimenta; Cláudia Maioto e Caique Luís; Ana Luísa Carvalho e Tiago Vaz; Catarina Pimenta e Inês Teixeira.