A única rádio local de Coimbra, a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), celebra, esta terça-feira, o seu aniversiário. Para celebrar os 30 anos, a RUC transforma-se numa rádio nacional durante a tarde, com parte da emissão transmitida na Antena 3.

 

Programação 30 anos

14h – Hora dedicada aos 30 anos da RUC
15h – Hora dedicada à cultura em Coimbra, ao programa Alvorada, e ao Geekfreakruc
16h – Diálogos entre Fahrenheit 107.9, Kepler e Peta-zetas
16h30 – Palco RUC e concertos RUC em estúdio
17h – Noticiário
17h15 – Relatos R.U.C.
17h30 – Diálogos entre Gondwana RUC, Magia Negra RUC e Suburbano
18h – A RUC como Rádio-Escola, presença da Vice-Reitora Clara Almeida Santos
18h15 – Anúncio do Prémio de Jornalismo Radiofónico RUC / Antena1 / Antena 3, com o apoio Delta Cafés
18h30 – SANTOS DA CASA – RUC
19h – Concerto de Madame Luci

Qual é a essência da RUC? A resposta é simples: é uma rádio 100% por colaboradores. “Ninguém aqui recebe, é mesmo tudo por amor à camisola”, garante ao JPN Guilherme Queiroz. O presidente da rádio universitária está orgulhoso com o aniversário da RUC e indica que “esta é uma ocasião especial por emitir em direto no meio das pessoas e da cidade”.

As Escadas Monumentais, local definido para a emissão do aniversário, são um ponto de ligação entre Coimbra e a Universidade. Por isso, não havia melhor local para assinalar esta relação: “A partir do cimo das escadas vê-se a cidade toda e achámos que seria um ponto interessante para fazermos a emissão”, aponta Guilherme. A parceria entre a RUC e a Antena 3 foi uma iniciativa da rádio nacional, que “mostrou interesse em celebrar estes 30 anos de rádio universitária”.

A essência dos colaboradores é mantida ao longo dos anos. Atualmente, a RUC conta com 150 sócios ativos, isto é, “pessoas que participarem nas atividades regulares da rádio nos últimos meses”. “Claro que, no dia a dia, não estão cá 150 pessoas, mas todos os dias serão à volta de 50”, esclarece o presidente.

A “rádio-escola”, como é apelidada pelos próprios membros, é aberta a toda a comunidade que “demonstre interesse”, daí sobreviver com gente ativa e interessada. Guilherme Queiroz explica que não é necessário ser estudante nem pertencer à Academia de Coimbra para fazer parte da emissão, “basta ter mais de 16 anos e fazer a formação”. A RUC funciona com três cursos anuais: o de programação, o de técnica e o de informação.

O foco informativo que caracteriza a rádio local é a Academia e a própria cidade de Coimbra: “Só depois é que vêm o País e o Mundo”. “É uma rádio que fala muito de Cultura, temos programas dedicados exclusivamente a isso, mas também dedicados ao Desporto, para além da parte musical”, explana.

Ainda assim, Guilherme confessa ao JPN a preocupação com o decrescente número de  “pessoas que se têm inscrito, mas principalmente o seu tempo de permanência”. O dirigente aponta o processo de Bolonha e a crescente adesão ao programa ERASMUS+ como os principais motivos: “As pessoas têm menos tempo de formação e menos disponibilidade para cá estar”.

Porém, Guilherme Queiroz atribui à rádio um balanço positivo: “A dedicação das pessoas que cá estão é impagável e temos aguentado bem. Espero que continue por mais 30 anos”.

Na raiz da RUC

A Rádio Universidade de Coimbra faz 30 anos e Fausto da Silva faz parte da equipa há 33: “Começámos por ser uma rádio de cantina a transmitir música e programas para as cantinas universitárias e a 1 de março de 86 começámos a emitir no FM”. Fausto explica que a RUC começa muito antes da data que marca o seu aniversário: “A Rádio Universidade de Coimbra remonta ao Centro Experimental de Rádio da Associação Académica de Coimbra, que começou a ter experiências sonoras nos anos 40 e só depois começa a ter uma emissão mais ou menos regular”.

Fausto tem 54 anos e considera que o que distingue a RUC, além de “uma certa irreverência”, é a “questão musical e a aposta em nomes que não estão muito divulgados”, tentando mostrar “novos valores da música”, nos mais variados campos.

“Procurei na RUC a prática que me ajudasse na teoria”

Tomás Nogueira é dos membros mais recentes na equipa da Rádio Universidade de Coimbra. É um dos diretores do departamento de Informação e trabalha na rádio há pouco mais de um ano. Para Tomás, o fator mais importante na RUC é a questão de não estarem “presos a nenhum grupo económico ou a nenhuma entidade”, o que lhes confere uma maior liberdade editorial. “O estatuto editorial também somos nós que decidimos, de acordo com as nossas obrigações, como é evidente, mas podemos dizer que fazemos um jornalismo livre de interesses”, reforça Tomás.

O colaborador da rádio universitária tem 20 anos e estuda Jornalismo, na Universidade de Coimbra (UC). “Procurei na RUC a prática que me ajudasse na teoria”, indica. O estudante confessa que a experiência o enriqueceu, não só a nível profissional, mas também pessoal.

As atividades alusivas ao aniversário da RUC prolongam-se pelo dia no topo das Escadas Monumentais de Coimbra. Com os estúdios instalados naquele que já é um lugar mítico da cidade, os Madame Luci fazem a festa, às 19 horas, com um concerto em celebração dos 30 anos da RUC.

 

Artigo editado por Sara Gerivaz