Joga-se sábado, à hora de sempre (19h45), o mais importante jogo de futebol entre clubes: a final da Liga dos Campeões (LC). Real e Atlético, os dois “grandes” de Madrid reeditam a final de 2013/2014, desta feita em San Siro, estádio dos rivais de Milão que recebe pela quarta vez uma final da competição. Será a 11ª para o Real ou a primeira do Atlético? Antes disso, passamos a época da “Champions” em revista.

O “giro” da Liga dos Campeões, até “Milano”

Esta edição da Liga dos Campeões foi repleta de grandes momentos de futebol, com 345 golos marcados nos 124 jogos da fase final da competição. Os “suspeitos do costume” voltaram a estar em destaque, casos de Barcelona e Bayern de Munique que foram um “rolo compressor” durante a fase de grupos e dos rivais de Madrid, dos quais falaremos mais à frente.

No campo das surpresas, pela positiva, destaque para Wolfsburgo e Benfica, pelas presenças nos quartos de final. A equipa alemã venceu um difícil grupo com o Manchester United, PSV e CSKA, eliminou o Gent nos oitavos, e ainda venceu por 2-0 o Real na primeira mão dos “quartos”, antes de ser eliminado. Os agora tri-campeões portugueses, ficaram em segundo lugar na fase de grupos, venceram os dois jogos frente ao Zenit nos oitavos e foram eliminados após boas exibições frente ao Bayern de Munique. Menções honrosas também para Gent e PSV que passaram a fase de grupos bem como para a estreia do Astana nestas andanças, com destaque para um empate a zero na receção ao Atlético.

Nos destaques negativos, Manchester United, FC Porto, Valência e Lyon não conseguiram passar a fase de grupos e tiveram de se contentar com a Liga Europa. Para o sempre candidato de Munique, e no último ano de Guardiola, a terceira eliminação seguida nas meias-finais é também um pormenor a ter em conta.

Num ano de grandes emoções, a “remontada” por 3-0 do Real Madrid após o 2-0 sofrido em Wolfsburgo, nos quartos de final é o maior destaque. Pelo espetáculo, o 4-4 entre Leverkusen e Roma na fase de grupos também merece menção, bem como as maiores goleadas: o 8-0 no Real-Malmö. E para os que acham que essa “não conta”, que tal o 6-1 do Barça à Roma?

Quanto às estatísticas individuais, Cristiano Ronaldo – 16 golos em 37 remates – é o melhor marcador, seguido de Lewandowski (9) e Suárez e Müller empatados em terceiro com oito. No campo das assistências, Kingsley Coman, Alexis Sánchez e Neymar estão empatados no primeiro lugar com cinco, mas ainda são perseguidos por Ronaldo, que tem quatro.

Atlético de Madrid

O ‘Atleti’ estreou-se na edição 2015/2016 da Liga dos Campeões a vencer de forma segura em Istambul (2-0), no terreno do Galatasaray. À segunda jornada, porém, o Benfica de Gaitán – qual a importância deste jogo na sua provável contratação? – também com Gonçalo Guedes em destaque, vergou os ‘colcheneros’ por 1-2, em Madrid. Desde essa partida, o Atlético não voltou a sofrer golos em casa até à final.

Após dois jogos com o Astana (vitória em casa e empate fora), o Atlético alcançou o primeiro lugar do grupo C e não mais o largou com duas vitórias tranquilas na receção ao Galatasaray (0-2), e no jogo que determinou o primeiro lugar (1-2), na Luz.

Nos oitavos de final, o Atlético encontrou o PSV, segundo classificado do grupo B que relegou o United para a Liga Europa. Os holandeses foram um “osso duro de roer”, e após dois jogos e um prolongamento sem golos, os espanhóis venceram por 8-7 nos penáltis.

O percurso discreto do Atlético de Madrid acaba aqui. Nos “quartos”, o Barcelona (que acabaria por fazer a “dobradinha” em Espanha), recebeu a primeira mão no Camp Nou e conseguiu uma reviravolta com um ‘bis’ de Suárez após o golo de Torres na primeira parte.  De volta a Madrid, a equipa de Simeone venceu por 2-0, com mais um ‘bis’ em destaque, desta vez do francês Antoine Griezmann, eliminando o Barcelona pela segunda vez em três anos.

Por fim, o sorteio das meias-finais ditou o confronto com o Bayern Munique. Em casa, o Atlético nunca tremeu e Saúl Ñíguez, com um golo sensacional nos instantes iniciais deu um impressionante triunfo à sua equipa. Destaque para a solidez defensiva europeia do Atlético no Vicente Calederón, sob o comando de Simeone: 14 jogos sem sofrer golos nos últimos 16. Em Munique, um livre desviado de Xabi Alonso empatou a eliminatória e Müller falhou um penalty ainda na primeira parte.

Aos 54 minutos, Griezmann isolado empatou para o Atlético. Um cabeceamento de Lewandowski fez o 2-1 e ainda deu esperanças aos bávaros mas o Atlético resistiu e Torres ainda “se deu ao luxo” de falhar uma grande penalidade aos 84′. O Atlético chegou assim à sua segunda final em três anos e pode vencer a ‘Champions’ pela primeira vez na sua história.

Real Madrid

Do lado do Real Madrid há um prova marcada com goleadas, reviravoltas e um palmarés incrível. A equipa madridista conta com 13 finais disputadas na Liga dos Campeões. Ganhou 10 e perdeu três. Foi a primeira equipa a vencer a prova, tendo ganho as primeiras cinco edições da então Taça dos Campeões Europeus. O Real voltou a deixar uma marca na história desta competição, ao ganhar por três vezes a “Champions”, entre 97 e 2002. Na última década, contudo, esteve presente apenas na final da época de 2013-14, que venceu frente ao Atlético, em Lisboa.

Esta edição da prova viu o Real Madrid abrir com um 4-0, em casa, frente ao Shaktar Donetsk. Ao quarto jogo da fase de grupos, o Real conquistou o primeiro lugar isolado no grupo A, ao bater o PSG, em casa, por 1-0. A fase de grupos viu ainda um 3-4 fora, frente ao Shaktar, e a maior goleada de toda prova na última jornada, frente aos estreantes do Malmö, por 8-0.

Nos oitavos de final os madridistas venceram, sem dificuldade, a Roma, por 0-2 e 2-0. Já nos quartos de final, o Real teve a eliminatória mais difícil da prova, contra uma das equipas que estava em destaque até aí na competição. A primeira mão entre Wolfsburgo e Real Madrid viu a equipa madridista sair derrota por 0-2. Na eliminatória que parecia vir a fazer cair mais um dos “grandes” da prova, o Real deu a volta no segundo jogo e acabou por vencer, em casa, por 3-0.

A meia-final com o Manchester City resultou em dois jogos calmos e controlados, sem grandes exibições. O Real fez os dois jogos sem Cristiano Ronaldo, a recuperar de uma lesão, o City ficou sem o médio espanhol David Silva a meio do primeiro jogo, também devido a lesão. O jogo em Inglaterra acabou com um empate a zero. A jogar a segunda mão em casa, o Real acabou por vencer por 1-0, com um auto-golo de Fernando aos 20 minutos.

A cerimónia

A cerimónia de abertura da final da Liga dos Campeões vai contar com as atuações de Andrea Bocelli e Alicia Keys. Também Kátia Aveiro anunciou nas redes sociais que vai cantar no palco da final, ao lado das grandes estrelas mundiais. De referir também que, pela primeira vez desde 2007, não será Michel Platini a entregar a taça, mas sim o novo presidente da UEFA, Ángel María Villar.

Ficha de jogo
Real Madrid – Atlético de Madrid
Estádio de San Siro, Milão
Sábado, 28 de maio
19h45
Árbitros | Principal: Mark Clattenburg; Árbitros assistentes: Simon Beck, Jake Collin ; Quarto árbitro: Viktor Kassai. Árbitros assistentes adicionais: Anthony Taylor, Andre Marriner; Árbitro assistente suplente: Stuart Burt

Equipas prováveis
Real Madrid
Kaylor Navas; Dani Carvajal, Marcelo, Sergio Ramos e Pepe; Luka Modric, Casemiro, Tony Kroos e Gareth Bale; Karim Benzema e Cristiano Ronaldo.
Treinador: Zinedine Zidane
Atlético de Madrid
Oblak; Juanfran, Giménez , Godín e Filipe Luis; Saúl , Gabi, Augusto e Koke; Griezmann e Fernando Torres.
Treinador: Diego Simeone