Resolver enigmas para escapar de uma sala. O conceito surge com os escape games virtuais, nos quais os jogadores têm de encontrar uma saída de um qualquer local misterioso. Em 2007, Takao Kato, do Japão, teve uma ideia: porque não experimentar com pessoas reais? O sucesso espalhou-se. Uma década depois, os escape games invadiram as cidades europeias.
No Porto, a Breakout Porto Escape Game foi das primeiras a inaugurar o conceito em 2015. Na esquina da Rua dos Mártires da Liberdade, as janelas forradas a vermelho e preto chamam a atenção. Sérgio Nogueira, um dos fundadores, diz que já houve pessoas a entrar e experimentar por passarem e “não saberem bem” o que o edifício era.
Foi “à aventura” que começaram o negócio. Queriam explorar em Portugal um conceito que consideram “recente” até a nível mundial. Esperavam turistas, famílias e grupos de amigos, mas o público tem sido muito variado. Desde escolas e estudantes de Erasmus até despedidas de solteiro, o que é certo é que são pessoas a “querer fugir da rotina”.
Há quem já conheça o conceito dos videojogos e venha tentar na vida real. E depois há os veteranos dos escape games reais, que já estiveram noutros jogos do género. O feedback do público é positivo, mas o fundador da Breakout diz que são mesmo os que nunca tentaram nenhuma experiência do género, a sair “em extâse”.
Do Japão à cidade do Porto
Os escape games podem ser uma novidade, mas não lhe faltam adeptos. Budapeste já tem quase cem versões distintas e a moda também se alastrou a cidades como Barcelona, Praga, Berlim e Amesterdão. Chegou a Portugal em 2014, com a Lisbon Escape Games e não ficou por aí. Só no Porto já há quatro empresas, algumas com vários jogos.
Alguns, como o “vinho do porto – o fim?” da Porto Exit Games, integram a História da própria cidade na trama. Outras têm espiões, espíritos ou cenários futuristas.
Sérgio Nogueira admite que “cada vez abrem mais” escape games em Portugal. As pessoas começam a conhecer o conceito, diz, e a querer experimentar novos desafios. E como “cada casa que abre tem temas diferentes de jogos”, há a possibilidade de escolher aquele que mais intriga ou se adequa ao perfil do jogador.
Os mais novos também entram
À entrada do jogo, Sérgio explica as regras a um novo grupo. São alunos de um ATL na zona de Gaia, e vão entrar acompanhados de uma professora. Faz parte das regras da Breakout Porto Escape Game em que os menores de 16 anos também podem participar se forem acompanhados por um adulto.
Não era o primeiro escape game dos crianças e adolescentes. Maria Pires, professora, diz que esta é apenas uma das muitas atividades que têm feito para os entreter durante as férias da Páscoa. Pode não desenvolver nada pedagógico, mas a docente acredita que ajuda o raciocínio. “Gostei muito”, acrescenta, mas foram os mais novos que ficaram “histéricos”.
Artigo editado por Rita Neves Costa