Representantes do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) e da Via Porto, consórcio que detém a concessão da rede do metro, reuniram esta terça-feira com a Metro do Porto, em horas diferentes. Rui Pedro Pinto, do SMAQ, adiantou ao JPN que o objetivo dos encontros foi “trocar ideias” e “dar a conhecer as razões do impasse” entre as duas partes.

Os encontros deram-se um dia depois da paralisação quase total do metro do Porto, a primeira em 16 anos. A greve desta segunda-feira provocou a interrupção da circulação das composições de metro em quase todas as linhas entre a meia-noite de domingo e as 06h00 da manhã de terça-feira, tendo apenas funcionado no troço entre a Póvoa do Varzim e a Fonte do Cuco, em Matosinhos.

Os agentes de condução do metro exigem melhores condições de trabalho: redução da carga horária (das 40 horas para as 37 horas e meia), mais contratações, aumento salarial e a entrada na categoria profissional de maquinistas. Mais dois dias de greve estão convocados pelo Sindicato dos Maquinistas este mês, nas segundas-feiras 17 e 31, véspera de Ano Novo.

Ainda de acordo com Rui Pedro Pinto, a Via Porto, empresa responsável pela operação do metro do Porto desde 2010, ainda não entrou em contacto com o Sindicato dos Maquinistas. Em declarações à Agência Lusa, na segunda-feira, a concessionária garantiu que esteve em negociações com os maquinistas “até sábado à noite” e acusou o sindicato de “intransigência”. O JPN tentou entrar em contacto com a Via Porto, ainda sem sucesso.

“Neste momento, a greve continua marcada”, esclarece Rui Pedro Pinto, estando prevista uma mobilização semelhante à desta segunda-feira, que teve 99% de adesão, com apenas “quatro condutores não sindicalizados a trabalhar”, afirmou. “Em termos sindicais, foi uma ação a 100%”, acrescentou.

Não é apenas o funcionamento das linhas que pode ser afetado nos próximos dias 17 e 31. Os maquinistas declararam também que não vão trabalhar nas horas extraordinárias até 6 de janeiro, o que, apesar de não impedir a circulação em qualquer linha, diminui a frequência das composições.

A Metro do Porto espera “resolver a situação com os agentes de condução”. “A expectativa é que a greve seja desconvocada”, afirmou Jorge Morgado, do gabinete de Comunicação, ao JPN.

Artigo editado por Filipa Silva