A equipa treinada por Sérgio Conceição perdeu, esta quarta-feira, na deslocação ao Etihad Stadium por 3-1, começando a sua caminhada pela liga milionária com o pé esquerdo. Luis Díaz colocou os “dragões” em vantagem, mas Aguero, Gundogan e Ferrán Torres deram a vitória aos “citizens”.

Na primeira jornada da Liga dos Campeões, o FC Porto não conseguiu surpreender o Manchester City. A jogar no terreno do adversário, os “dragões” colocaram-se em vantagem com um golo do colombiano Luis Díaz aos 15 minutos de jogo, mas os “citizens” responderam de imediato por Kun Aguero, da marca de grande penalidade.

Na segunda parte, a equipa de Guardiola, mantendo-se fiel ao seu estilo de jogo com muita posse de bola, aproveitou o cansaço da equipa portista e procurou perder menos tempo na criação de jogo. Gundogan colocou o Manchester City em vantagem aos 65 minutos e Ferrán Torres deu o golpe final nas aspirações portistas, aos 73 minutos de jogo.

À entrada para o encontro desta quarta-feira, ambas as equipas apresentaram um onze inicial com novidades. No FC Porto, Sérgio Conceição fez duas alterações em relação ao onze que apresentou frente ao Sporting: promoveu a estreia de Malang Sarr pelos “dragões”, em detrimento de Wilson Manafá, para jogar com três defesas centrais e trocou o médio brasileiro Otávio pelo jovem Fábio Vieira.

Já no Manchester City, o treinador Pep Guardiola também fez duas mudanças na equipa, colocando o central espanhol Eric Garcia no lugar de Nathan Aké e o médio alemão Ilkay Gundogan no lugar do jovem britânico Phil Foden.

Uma primeira parte bem conseguida

O FC Porto entrou em campo com uma ideia concreta de oferecer a posse de bola ao Manchester City, procurando explorar os espaços habituais deixados pela equipa de Guardiola, que aposta sempre numa linha defensiva muito avançada e que procura construir o seu jogo a partir da sua defesa. Para isso, Conceição apostou no 5-4-1, em fase defensiva, com Corona e Zaidu a jogarem na ala direita e esquerda, respetivamente, procurando que a equipa se desdobrasse para um 3-4-3 nas transições ofensivas.

A estratégia estava a ser eficaz, o City não criava nenhum lance de perigo e foi o FC Porto a primeira equipa a rematar, de fora da área, com o pé direito de Luis Díaz, ao minuto 12.

Ao minuto 14, surge o golo dos portistas. Desatenção de Rúben Dias, que faz um passe errado, Uribe mostrou-se muito atento, distribuiu a bola para a lado esquerdo do ataque portista onde estava Luis Díaz, que arrancou sozinho até ao lado direito da área do Manchester City e aproveitou a passividade da defesa dos “citizens”, especialmente de João Cancelo, para rematar ao canto inferior esquerdo da baliza defendida por Ederson. Uma excelente jogada individual do extremo portista.

A equipa de Manchester seguiu em busca do empate e, no primeiro lance de perigo, Ilkay Gundogan remata ao poste da baliza portista. Na sequência da jogada, o capitão Pepe tem uma abordagem imprudente sobre Raheem Sterling. Após muitos protestos sobre uma possível falta de Gundogan sobre Marchesín antes do remate, o árbitro letão Andris Treimanis confirmou haver infração sobre o capitão do Manchester City com a ajuda do VAR, uma decisão que deixa muitas dúvidas. Sergio Aguero foi o escolhido para bater a grande penalidade e não perdoou, com Marchesín muito perto de conseguir defender o remate do seu colega da seleção argentina.

Seguiram-se minutos muito idênticos aos iniciais, com o FC Porto a juntar as linhas de meio-campo e defesa, a oferecer a posse de bola à equipa de Guardiola, não deixando o Manchester City jogar no último terço do terreno. Até ao final da primeira parte, foram os “dragões” a equipa mais perigosa, com oportunidades de golo ao minuto 22 por Uribe e aos 42 minutos por Moussa Marega, numa jogada em que Rúben Dias ia marcando um autogolo.

E tudo a segunda parte levou

Depois da excelente primeira parte da equipa treinada por Sérgio Conceição, os “dragões” entraram em campo com o mesmo espírito de entreajuda defensiva, e os “citizens” responderam com uma pressão mais alta e a procurar uma criação de jogo mais eficaz e rápida, envolvendo mais os laterais Kyle Walker e João Cancelo no processo ofensivo.

Aos 63 minutos de jogo, Fábio Vieira perde a bola numa zona proibida e comete falta sobre Gundogan à entrada da área portista. Dois minutos depois, o livre é cobrado de forma exímia pelo médio alemão do Manchester City e deitou por terra toda a esperança portista. Estava feita a reviravolta no marcador.

Os “dragões” mostravam-se exaustos e o City aproveitou para sentenciar a partida. Ao minuto 73, os recém-entrados Phil Foden e Ferrán Torres fizeram uma bela combinação entre si, desmarcando assim o extremo espanhol na grande área portista. Torres colocou a bola no seu pé direito e perante a passividade de Wilson Manafá, que tinha entrado no jogo aos 55 minutos de jogo, não desperdiçou a oportunidade, marcando um golo de belo efeito.

A partir deste momento, Sérgio Conceição decidiu arriscar tudo o que tinha e colocou em campo Nakajima, Taremi, Nanú e perto do fim da partida lançou Evanilson para o terreno de jogo. Passando a jogar em 4-4-2, o FC Porto tentou pelo menos trazer um empate de Manchester, mas o City era, nessa altura, dono e senhor da partida, impedindo a equipa portista de criar mais alguma oportunidade.

 Ao 22.º jogo em terras de Sua Majestade, o FC Porto continua sem sentir o sabor da vitória. Com esta derrota, o FC Porto fica no último lugar do Grupo C da Liga dos Campeões, visto que no outro jogo da série o Olympiacos venceu em casa o Marselha por 1-0.

Conceição aponta a mira aos árbitros

O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, saiu do encontro visivelmente frustrado com a arbitragem, referindo que comparado com o nível que foi demonstrado em Manchester, “a arbitragem em Portugal está num bom caminho”. “Devo um pedido de desculpas a todos os árbitros e VAR do nosso país”, disse ainda o técnico dos azuis  brancos.

Sobre o desempenho da sua equipa, o técnico portista elogiou muito os seus jogadores, referindo que apesar das mudanças táticas, estiveram à altura e conseguiram “anular alguns pontos fortes do City para depois explorar o ataque.

Pep Guardiola elogiou a exibição da sua equipa na segunda parte e assumiu que quando viu a equipa titular do FC Porto falou com Rúben Dias: “percebemos que jogariam desta maneira”, contou aos jornalistas.

O próximo compromisso do FC Porto para a Liga dos Campeões é já na próxima terça-feira (27), no Estádio do Dragão, onde a equipa de Sérgio Conceição vai receber o Olympiacos. Três dias antes, no sábado (24), os portistas recebem o Gil Vicente em jogo a contar para a 5.ª jornada do Campeonato.

Artigo editado por Filipa Silva