Até ao final da semana passada, 3.996 estudantes da Universidade do Porto (UP) fizeram o teste serológico que, desde setembro, a instituição disponibiliza aos seus formandos. O valor, disponibilizado pelo Gabinete de Comunicação da UP ao JPN, corresponde a cerca de 13% do total de estudantes inscritos.

Os resultados do estudo, que pretende traçar um retrato da imunidade desenvolvida pela comunidade académica ao vírus SARS-CoV-2, só serão conhecidos algumas semanas depois de terminados os testes e esses, garante a mesma fonte, devem manter-se “enquanto houver agendamentos” pela parte dos estudantes.

O rastreio conduzido pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) foi esta semana alargado aos estudantes de mestrado e doutoramento da UP, depois de em setembro ter sido dada prioridade aos estudantes envolvidos em cursos de âmbito clínico (Medicina, Medicina Dentária e Medicina Veterinária). A 12 de outubro foram alargados aos estudantes de licenciatura e mestrado integrado. Agora, qualquer estudante de qualquer ano ou nível de ensino pode fazer o teste rápido.

A participação no estudo é gratuita e de caráter voluntário. O teste consiste na análise de uma gota de sangue recolhida através de uma picada no dedo. O objetivo é detetar na hora – todo o procedimento dura cerca de dez minutos – a presença de anticorpos das classes IgG e IgM para o vírus SARS-Cov-2, para desta forma avaliar se aquela pessoa esteve infetada com o coronavírus, independentemente de ter tido ou não sintomas de COVID-19.

Além da picada, os testes implicam ainda a aplicação de um breve inquérito epidemiológico para avaliar a possibilidade de contacto com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19.

Na primeira fase deste estudo, decorrida em junho e julho, foram testados 3.461 docentes e funcionários da instituição. Dessa primeira amostra, apenas 32 (0,9%) terão estado em contacto com o vírus por apresentarem anticorpos da classe IgG, “anticorpos de maior duração, que o organizmo começa a produzir depois de uma resposta imunitária inicial feita com anticorpos IgM”, de acordo com a explicação da própria instituição.

Os testes decorrem no edifício histórico do ICBAS (Largo Abel Salazar, 2, junto ao Hospital de Santo António), entre as 9h00 e as 18h45 de todos os dias úteis, e são realizados por médicos, enfermeiros e técnicos do ISPUP. A UP tem online um folheto com informações sobre o teste. Os agendamentos devem ser efetuados online.