O Uniraid vai continuar a levar estudantes ao Norte de África, mas este ano, pela primeira vez, a iniciativa vai contemplar também uma edição europeia. Os participantes vão atravessar os Balcãs, desde Veneza, em Itália, até Atenas, na Grécia, de 5 a 15 de agosto.

O trajeto vai passar por nove países, ter uma distância de cerca de cinco mil quilómetros e uma duração de 12 dias. Será possível visitar algumas zonas protegidas como as Grutas de Postojna na Eslovénia e os Lagos Plitvice na Croácia.

Para a viagem foram organizados dois percursos: o de aventura e o turístico. O de aventura será feito em caminhos de montanha e pistas de floresta, enquanto o turístico será um percurso de estrada.

A Uniraid é um raide – uma prova automóvel de longa distância – para estudantes, organizados em equipas de dois a três elementos. Estes têm de realizar o percurso num carro com mais de 20 anos. A aventura tem um cariz solidário: as equipas devem levar na bagagem 40 quilos de material para doarem a pessoas carenciadas. O Uniraid Europe vai levar material sanitário e educativo para comunidades da Albânia.

Por ser ano de estreia e devido à situação pandémica global, as inscrições da primeira edição estão limitadas a 50 equipas – um máximo de 150 participantes. Até 15 de março, as inscrições podem ser feitas com um desconto (1.890 euros para uma equipa de duas pessoas e 2.650 euros para uma equipa de três), ficando ainda abertas até 8 de julho ou até o máximo de participantes ser atingido.

Os preços da inscrição sem desconto são de 1.990 euros para equipas de duas pessoas e 2.750 euros para equipas de três elementos. É preciso que os participantes tenham entre 18 e 28 anos e que tenham título de condução da categoria B.

A inscrição cobre os 11 dias de acampamento, seguro pessoal de assistência pessoal, assistência mecánica e sanitária durante a viagem e nos acampamentos. No entanto, fatores como o combustível, o almoço e equipamento de GSP não estão incluindos. Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no site oficial.

Uma aventura para “tirar os jovens da zona de conforto”

O coordenador da Uniraid em Portugal, Miguel Agostinho, explica que o Uniraid Europe surge “da necessidade de evolução” do projeto. “Resolvemos fazer algo diferente”, afirma.

O Uniraid em Marrocos mantém-se este ano, depois de em 2020 ter reunido 152 equipas, 50 das quais eram portuguesas. O evento deve realizar-se de 9 a 17 de outubro.

Miguel Agostinho descreve as quatro bases deste “Dakar para estudantes”: “aventura, solidariedade, experiência e formação“. Tudo somado, o objetivo final é conseguir “tirar os jovens da zona de conforto”.

A pandemia vai obrigar à adoção de medidas sanitárias como “a obrigatoriedade do uso da máscara fora dos carros” e a realização de “refeições separadas entre cada equipa”, explica ao JPN o coordenador da Uniraid. “O objetivo é acampar de forma distanciada”, refere. A evolução da pandemia pode mudar os planos e, caso seja necessário, a organização “agirá em conformidade com todos os sistemas processuais“.

Beatriz Viegas e Jéssica Oliveira são a dupla da equipa TEA'MARIA.

Beatriz Viegas e Jéssica Oliveira são a dupla da equipa TEA’MARIA.

A equipa TEA’MARIA é uma dupla portuguesa que vai participar no Uniraid Europe. Beatriz Viegas e Jéssica Oliveira estão neste momento à procura de parceiros para divulgar o projeto e fornecer os meios necessários para a aventura nos Balcãs.

O lado solidário da aventura” captou Beatriz, assim como o desafio de “construir o próprio projeto de raiz”, revela ao JPN. A estudante de Engenharia de Micro e Nanotecnologias da Universidade Nova de Lisboa antecipa que o carro “vai causar problemas”, mas acredita que “o espírito de entreajuda de todos os participantes” será importante para superar os desafios do trajeto.

Ao lado dela, num Volkswagen Polo de 1995, seguirá Jéssica Oliveira, que estuda Gestão Industrial e Logística no ISCTE. A jovem explica, por sua parte, que “a angariação muito bem-sucedida” permitiu à equipa prestar uma ajuda extra, pelo além de distribuir os exigidos 40 quilos de material na Albânia, também vai fazer o mesmo em Portugal.

Quanto à expectativa face à participação é a de “descobrir algo diferente” dentro de si “numa experiência dramática e exigente”.

Artigo editado por Filipa Silva