Depois do sucesso na época anterior, o Grande Prémio de Portugal retorna ao calendário da Fórmula 1 pela segunda vez consecutiva, nesta que será a 18.ª edição da prova em território nacional, que se disputa no quarto circuito diferente (Boavista, 1958 e 1960; Monsanto, 1959; Estoril, 1984 a 1996).

Este fim de semana, Portimão é o epicentro da modalidade de automobilismo mais famosa do mundo, começando esta sexta-feira, pelas 11h30, com os primeiros treinos livres. A qualificação tem lugar este sábado, pelas 15 horas e no domingo, pela mesma hora, são apagadas as luzes vermelhas para dar início à corrida, desta feita sem público, ao contrário do que aconteceu o ano passado.

Lewis Hamilton (Mercedes) foi o vencedor do último GP de Portugal, 24 anos após o último Grande Prémio em terras lusas, naquela que foi a sua 92.ª vitória na carreira, recorde da Fórmula 1.

Hamilton e Verstappen acima de todos os outros

Com mais um calendário alterado pela Covid-19, a temporada de Fórmula 1 de 2021 volta a incluir alguns dos circuitos que marcaram o ano de 2020 e vieram substituir alguns Grandes Prémios que vinham sendo presença constante na competição.

Após os testes livres em Sakhir, que foram dominados pelo jovem holandês Max Verstappen, as expectativas eram de uma época com maior equilíbrio e luta entre a construtora germânica Mercedes e a equipa austríaca Red Bull Racing. O GP do Bahrein, no Circuito de Sakhir, e o GP de Emilia Romagna, no Circuito de Imola, foram as duas primeiras corridas da temporada de 2021 e mostraram essa igualdade, sendo vencidas pelo heptacampeão do mundo Lewis Hamilton (Mercedes) e por Max Verstappen (Red Bull), respetivamente.

Apesar da luta colocada pela Ferrari, especialmente no ano de 2017 e 2018, a Mercedes é a grande dominadora da “era híbrida”, sendo que desde a introdução dos novos motores “mistos” (que permitem a incorporação de sistemas de recuperação de energia juntamente com motores V6) no ano de 2014, venceu todos os campeonatos em disputa.

Para 2021, a Red Bull Racing, que se despede dos motores Honda no final da temporada, apresenta o seu melhor monolugar dos últimos anos e a luta pelo lugar cimeiro da modalidade esteve ao rubro nas duas primeiras provas.

No resto do pelotão, a luta pelo terceiro lugar de construtores parece clara entre McLaren e Ferrari. Depois de alguns anos de dificuldade, a histórica construtora britânica tem apresentado resultados constantes, tendo já conquistado um pódio em 2021, através de Lando Norris, jovem piloto britânico que está na sua terceira temporada na Fórmula 1.

O pódio de Lando Norris (McLaren) em Imola foi um dos destaques da temporada até agora. Foto: F1/Facebook

No caso da Scuderia Ferrari, e após a desilusão de 2020, apresenta um carro mais competitivo para este ano, capaz de lutar por alguns pódios e preparar a época de 2022, onde a mudança de regulamentos poderá mexer com o panorama atual da modalidade.

De destacar, pela negativa, o ritmo da Aston Martin (ex-Racing Point), que depois do quarto lugar em construtores e a vitória de “Checo” Pérez em Sakhir na época transata, tem apresentado algumas dificuldades para acompanhar as principais equipas do meio do pelotão, com o tetracampeão do mundo Sebastian Vettel a desapontar nas duas corridas disputadas ao serviço da sua nova equipa.

Classificação Campeonato de Pilotos 2021

  • 1.º Lewis Hamilton (Grã-Bretanha; Mercedes) – 44 Pontos
  • 2.º Max Verstappen (Holanda; Red Bull Racing) – 43 Pontos
  • 3.º Lando Norris (Grã-Bretanha; McLaren) – 27 Pontos
  • 4.º Charles Leclerc (Mónaco; Ferrari) – 20 Pontos
  • 5.º Valtteri Bottas (Finlândia; Mercedes) – 16 Pontos
  • 6.º Carlos Sainz (Espanha; Ferrari) – 14 Pontos
  • 7.º Daniel Ricciardo (Austrália; McLaren) – 14 Pontos
  • 8.º Sergio Pérez (México; Red Bull Racing) – 10 Pontos
  • 9.º Pierre Gasly (França; AlphaTauri) – 6 Pontos
  • 10.º Lance Stroll (Canadá; Aston Martin) – 5 Pontos

Classificação Campeonato de Construtores 2021

  • 1.º Mercedes – 60 Pontos
  • 2.º Red Bull Racing – 53 Pontos
  • 3.º McLaren – 41 Pontos
  • 4.º Ferrari – 34 Pontos
  • 5.º AlphaTauri – 8 Pontos
  • 6.º Aston Martin – 5 Pontos
  • 7.º Alpine – 3 Pontos
  • 8.º Alfa Romeo Racing – 0 Pontos
  • 9.º Williams – 0 Pontos
  • 10.º Haas – 0 Pontos

 Da primeira vitória de Senna ao recorde de Hamilton

Com a sua primeira edição no ano de 1958, no Circuito da Boavista, o Grande Prémio de Portugal foi presença constante no calendário da Fórmula 1 entre 1984 e 1996, com 13 edições consecutivas no Circuito do Estoril.

Curiosamente, a prova nacional fica marcada por dois interregnos de 24 anos, sendo que após a 3.ª edição em 1960, o “circo” da Fórmula 1 só voltaria a terras lusas em 1984, e o regresso no ano passado marcou o primeiro GP de Portugal desde 1996, desta feita num circuito que fez a sua estreia na modalidade.

O Autódromo Internacional do Algarve (AIA) é o quarto circuito português que recebe a Fórmula, sendo um dos circuitos mais acarinhados pelos diversos pilotos do mundo do automobilismo. Conhecido pelas curvas cegas e mudanças de relevo, é comparado a circuitos clássicos como Spa-Franchorchamps (Bélgica) e Imola (Itália) e uma adição apreciada por pilotos e fãs da modalidade.

O Autódromo Internacional do Algarve é um dos circuitos mais desafiantes no panorama do automobilismo. Foto: F1

Em antevisão à prova, Lewis Hamilton, heptacampeão do mundo e vencedor da última edição do Grande Prémio de Portugal, afirmou à Eleven Sports que o Circuito de Portimão “precisa de ser uma corrida permanente no calendário”, destacando que “as colinas” contrastam com “a maioria das pistas, que são planas”.

Visivelmente encantado pelo circuito algarvio, Hamilton leva boas recordações de Portimão, sendo que o ano passado conquistou a sua 92.ª vitória na Fórmula 1, ultrapassando o histórico Michael Schumacher na lista de vitórias na história da modalidade, sendo que este fim de semana poderá alcançar a 100.ª pole position da carreira, um feito que nenhum piloto conseguiu atingir até agora.

Entre diversos momentos ao longo dos anos no GP de Portugal, os destaques principais vão para o ano de 1985, em que se assistiu ao primeiro triunfo da carreira do piloto brasileiro Ayrton Senna, ao volante de um Lotus.

A batalha de 1984 entre Niki Lauda e Alain Prost é também relembrada pelos fãs da modalidade em Portugal, num ano em que o Circuito do Estoril marcou o fim da temporada, e coroou o austríaco Lauda como tricampeão de pilotos, com meio ponto de vantagem sobre o seu colega de equipa na McLaren, Alain Prost.

Apesar da derrota, Prost viria a tornar-se campeão do mundo por quatro vezes (1985, 1986, 1989 e 1993), sendo que é o recordista de vitórias no GP de Portugal, com três (1984, 1987 e 1988), em igualdade com o britânico Nigel Mansell (1986, 1990 e 1992).

Entre os quatro pilotos portugueses que passaram pela categoria máxima do automobilismo (Nicha Cabral, Pedro Matos Chaves, Pedro Lamy e Tiago Monteiro), apenas dois disputaram o GP de Portugal: Nicha Cabral, em 1959 e 1960 e Pedro Lamy, em 1993, 1995 e 1996.

Este fim de semana, mais um capítulo da longa história do Grande Prémio de Portugal é escrita pela nova geração de pilotos nas 66 voltas ao traçado de Portimão.

Sexta-Feira, 30 de abril

Treinos livres, 1.ª sessão – 11h30
Treinos livres, 2.ª sessão – 15 horas

Sábado, 1 de maio

Treinos livres, 3.ª sessão – 12 horas
Qualificação – 15 horas

Domingo, 2 de maio

Corrida – 15 horas