O Campus Paulo Cunha e Silva abriu portas na última quarta-feira (9 de junho) e é o novo centro de apoio às artes performativas na cidade do Porto. Situado na antiga Escola Básica José Gomes Ferreira, na Travessa dos Campos, o projeto visa “dar resposta a novos formatos de apoio a práticas artísticas”.

Inaugurado no dia em que o antigo vereador do Porto, Paulo Cunha e Silva, faria 59 anos, o Campus pretende combater a ausência de espaços de trabalho para os artistas da Invicta e permitir a continuidade dos seus projetos. O objetivo é que possam consolidar e aprofundar as suas práticas artísticas.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, salientou que a inauguração do Campus, a escolha do nome: “celebrar a cultura do Porto é indiscutível e inseparavelmente celebrar Paulo Cunha e Silva”, devido à “sua vontade inesgotável de querer saber e fazer sempre mais e melhor em prol da cultura, dos artistas e do Porto”, disse em declarações registadas pelo site oficial da autarquia.

O edifício do Campus Paulo Cunha e Silva tem dois pisos e dispõe de uma área de receção, uma sala de produção, quatro estúdios de trabalho, sala de estar e de refeições, dois quartos e um armazém técnico. Será também possível usufruir e trabalhar nos espaços exteriores.

O projeto vai assentar em dois programas: no de residências – artísticas e técnicas – e no lançamento da segunda edição do programa “Reclamar Tempo – Pesquisa e Investigação Artística“.

Relativamente ao centro de residência para apoio às artes performativas, dirigido pela equipa artística do Teatro Municipal do Porto, serão reservadas 56 semanas. A residência é dirigida para artistas residentes no território nacional, privilegiando-se artistas do Norte. O programa conta com a exploração da dança, teatro, formas animadas, circo contemporâneo e “qualquer formato híbrido que surja destes cruzamentos disciplinares”.

Através de open calls, com júri externo rotativo, o Campus Paulo Cunha e Silva fornece o apoio financeiro a projetos artísticos, com a reserva direta de estúdios para os artistas.

Aos titulares dos projetos selecionados vai ser atribuída uma verba contratualizada no valor de 500 euros por semana. Ainda será disponibilizado o alojamento para um máximo de quatro pessoas, mediante a disponibilidade de espaço, nos apartamentos do Teatro Campo Alegre.

Na candidatura as datas de residência serão propostas pelo candidato, sendo possível escolher o número de semanas adequado ao trabalho do artista – entre duas e oito semanas consecutivas. O estúdio vai estar disponível 24h00.

Quanto à segunda edição do programa “Reclamar Tempo – Pesquisa e Investigação Artística”, iniciado em 2020 pelo Teatro Municipal no Porto, as candidaturas arrancaram na quarta-feira (9 de junho) e o prazo estende-se até ao dia 2 de julho, às 18h00.

Neste programa, serão selecionados apenas oito projetos de artistas ou coletivos para um período de investigação e pesquisa artística, cuja duração será, aproximadamente, de seis meses. Aos projetos selecionados vai ser atribuída uma verba de 3 mil euros. Inicialmente, os trabalhos serão desenvolvidos nos espaços próprios do artista e, numa segunda fase, passam a ser concretizados no Campus Paulo Cunha e Silva.

A comunidade poderá também assistir a ensaios, artist talks e outras atividades num espaço onde vão ser realizadas aulas diárias para profissionais. Há também uma Biblioteca de Artes Performativas, de acesso livre, cujo crescimento depende do tempo e utilização do espaço.

Desta forma, este projeto “multidisciplinar, inclusivo e de liberdade para a criação” vem colmatar com a lacuna de espaços de trabalhos e ensaios para as artes performativas, há muito existente.

Pode consultar toda a atividade e programação do projeto através do site oficial.

Artigo editado por Filipa Silva