Inês Brandão Leite, natural do Algarve, começou a tocar piano aos seis anos. Iniciou o seu percurso no Conservatório de Música Joly Braga Santos, em Portimão, e, há cerca de dois anos e meio, mudou-se para a Invicta. A jovem frequenta agora o sétimo grau de piano e persegue o seu sonho no Curso de Música Silva Monteiro, no Porto.

Este sábado (19 de junho), pelas 17h00, a jovem pianista vai atuar, pela primeira vez, no teatro Rivoli, no âmbito do programa Novos Talentos do Teatro Municipal do Porto. O evento vai contar, durante uma hora, com composições de vários músicos de renome, entre eles Beethoven, Manuel de Falla e Mendelssohn.

A jovem de 18 anos, em conversa com o JPN, revela estar “muito feliz” com o concerto que se aproxima. Apesar da mudança de cidade ter sido difícil, acredita ter sido a melhor opção: “Não foi nada fácil, mas não me arrependo. Acho que se tivesse ficado lá [no Algarve] não estaria a tocar tanto como toco atualmente e, definitivamente, não ia tocar no Rivoli”.

Como artista, considera que “a parte da emoção é muito importante na interpretação do piano”, tentando sempre transpor um bocado de si mesma nas atuações. A jovem pianista admitiu que é “a parte mais difícil” do processo de interpretação do piano, mas fulcral, uma vez que diferencia os artistas uns dos outros: “Cada um tem a sua forma de tocar e, assim, varia sempre muito. Acho que tem a ver com as emoções de cada um”, afirma Inês.

A jovem pianista destacou-se, desde cedo, em vários concursos de piano, nacionais e internacionais. Obteve, entre outros, os primeiros prémios do Concurso Internacional Cidade do Fundão (2011), do Concurso Olga Prats (2012), do Concurso Nacional de Piano São Teotónio (2011 e 2014) e do XIII Concurso Santa Cecília, no Porto (2011). A jovem pianista obteve também, em 2015, o terceiro prémio do Concurso Internacional de Piano Cidade de San Sebastian, em Espanha.

“Os prémios são uma compensação, um reconhecimento do meu trabalho e eu agradeço e aprecio esse reconhecimento, embora não sejam o principal”, comenta a propósito. Quanto aos concursos, foca-se mais na experiência e motivação que estes lhe proporcionam, do que na competição em si: “Se eu tiver de ir a um concurso daqui a dois meses, então estes dois meses vão ser muito mais produtivos do que se eu não tivesse esse objetivo para cumprir”, diz ao JPN.

Inês Brandão Leite considera que todos os tipos de arte servem como um refúgio ao artista: “Assim como quando lemos um livro entramos num outro mundo, acho que tocar piano também serve um pouco para fugir da realidade, esconder-me um bocadinho no meu cantinho”. “A arte, para além de passar uma mensagem, também é uma forma de, pelo menos para o artista, se refugiar da realidade”, acrescenta.

Inês Brandão Leite salientou ainda a importância das artes, nomeadamente da música, e a falta de recursos que os artistas têm em Portugal: “Fico triste ao saber que este campo não é muito cultivado pelo país e espero que um dia possa ser mais e que talvez eu venha a ajudar a que isso aconteça”.

O concerto, em parceria com o Curso de Música Silva Monteiro, está classificado para maiores de 6 anos e o bilhete tem um valor de 5 euros.

Artigo editado por Filipa Silva