O balanço da obra feita, a homenagem a Nuno Ortigão e algumas respostas aos adversários marcaram a apresentação da recandidatura de Rui Moreira que, esta quinta-feira, oficializou a sua ida às urnas nas próximas autárquicas, perante um Pavilhão Rosa Mota preenchido com algumas centenas de apoiantes.
O discurso de Rui Moreira foi antecedido por uma intervenção do mandatário da candidatura, o antigo ministro Luís Valente de Oliveira, que referiu que quando se trata de eleger um autarca para a Câmara do Porto tem de “se evocar uma pessoa especial, que entenda os portuenses, que os olhe com simpatia e que seja olhado naturalmente com simpatia”.
O Pavilhão Rosa Mota contou com a presença de vários apoiantes ao Rui Moreira – Foto: Igor Fernandes
“Aqui há Porto” dá mote à campanha
Durante a sua intervenção, Rui Moreira elogiou o trabalho desenvolvido ao longo dos oito anos que leva na presidência. Sublinhou que as famílias foram beneficiadas com medidas como a criação do passe intermodal gratuito para menores dos 13 aos 18 anos, o “contínuo esforço do município em manter a água mais barata da região” e a diminuição do Imposto Municipal sobre Imóveis.
O orador destacou ainda a importância de algumas obras de maior envergadura, nomeadamente o Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota – palco da apresentação e projeto público-privado já concluído -, a par do Mercado do Bolhão, o Cinema Batalha, o Terminal de Campanhã, a nova ponte sobre o Douro e o “projeto preferido” de Rui Moreira, o Matadouro, todos em fases diferentes, mas ainda por finalizar.
Aliás, à frente, o autarca reconheceu que não concluiu todas as promessas e projetos anunciados na campanha eleitoral de 2017, mas demonstrou interesse em conclui-los caso seja reeleito. De entre as promessas não cumpridas, destacou: os guardas noturnos na cidade; alguns dos projetos para o desenvolvimento de Campanhã e a finalização da reabilitação do Bolhão. O candidato justifica o não cumprimento como consequência da pandemia, para garantir: “Quero concluir os projetos que a pandemia atrasou”. “Acredito que tenho condições para projetar um futuro ainda melhor para o Porto e para as suas gentes”, frisou ainda.
O candidato do “Porto, o nosso movimento” apontou também para a saúde financeira do município: só com as “contas à moda do Porto”, referiu, é que a cidade conseguiu sobreviver ao “inverno pandémico”.
Além da economia, o autarca focou também o que designou por “triângulo operacional” que diz guiar o trabalho efetuado desde 2013. Rui Moreira considerou que “o Porto é um exemplo” ao nível da coesão social, “pois não há tensões sociais”, além de qualificar a cidade como “um exemplo de integração das minorias e dos migrantes”.
No plano da sustentabilidade, destacou a área do ambiente, particularmente a conclusão do Parque Oriental e a criação da empresa municipal “Porto Ambiente” que “garante que o Porto é uma referência na reciclagem em Portugal”, afirmou.
Por último o candidato, referiu a cultura, que “pode ser o cimento que une toda esta dinâmica que hoje vivemos, gerando emprego, riqueza e desenvolvimento”, comentou.
Outras matérias também abordadas foram a mobilidade e a municipalização dos STCP, o investimento em recursos da Polícia Municipal, que como Rui Moreira afirma “é visível aos olhos de todos” e o aumento da habitação acessível.
Nuno Ortigão e Paulo Cunha e Silva lembrados
O autarca aproveitou também a ocasião para homenagear Nuno Ortigão, o presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde – eleito pelo movimento de Rui Moreira – que faleceu em abril último, aos 57 anos: “deixem-me evocar o nosso bom amigo Nuno Ortigão, por aquilo que construiu”, declarou para forte aplauso dos presentes.
Dirigindo-se depois aos portuenses, Rui Moreira afirmou que está preparado para defender os valores da população e pede para voltarem a acreditar nele e na sua “visão de cidade”. Sobre os adversários, diz-se ciente da possibilidade de haver “perseguições e dissabores” como resultado da defesa que fará do Porto.
Entre outras medidas consideradas cruciais por Rui Moreira, destacam-se a descentralização, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o próximo quadro comunitário de apoio.
O candidato que não representa um partido, embora seja apoiado por dois – CDS/PP e Iniciativa Liberal -, reforçou também que “este projeto não pode ser recondicionado por ideologia” e acrescentou: “temos de saber substituir a ortodoxia das ideologias pelo pensamento e pelo conhecimento”.
Rui Moreira apresentou-se como candidato sob o lema “Aqui há Porto” – Foto: Igor Fernandes
No final, recordou Paulo Cunha e Silva – o vereador da Cultura que a cidade perdeu em 2015 – de quem, garante, não se esquecerá.
A candidatura de Rui Moreira é a oitava apresentada à Câmara Municipal do Porto. Confirmadas estão também as candidaturas de Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM) e André Eiras (Volt).
Artigo editado por Filipa Silva