David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu (PE), morreu esta terça-feira (11) aos 65 anos. O político e antigo jornalista estava internado há duas semanas num hospital em Itália, acabando por ter uma disfunção do sistema imunitário, disse o seu porta-voz, Roberto Cuillo.

“O Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, morreu à 1h15 da madrugada [00h15 em Lisboa] do dia 11 de janeiro no hospital de Aviano, Itália, onde se encontrava hospitalizado. A data e o local do funeral serão comunicados nas próximas horas”, escreveu Cuillo através da rede social Twitter.

Sassoli, o primeiro presidente europeu a morrer enquanto no cargo, tinha contraído uma pneumonia em setembro do ano passado, que o levou a receber tratamento hospitalar em França. Pela doença perdeu mais de dois meses de sessões plenárias no Parlamento Europeu, tendo regressado às funções no final do ano.

David-Maria Sassoli nasceu em Florença, Itália, a 30 de Maio de 1956. Licenciado em Ciência Política pela Universidade de Florença, começou a exercer jornalismo em 1986, trabalhando em várias agências e jornais até chegar à televisão Rai, onde foi correspondente. Em 2009, deixou a carreira e filiou-se no Partido Democrático italiano, concorrendo nesse ano ao PE. Tornou-se presidente do Parlamento nas eleições de 2019, mandato que terminaria este mês.

Pedro Silva Pereira vai ser o presidente interino do Parlamento

A próxima sessão plenária do ano do PE, a decorrer a 18 de janeiro, deverá eleger um novo ou nova presidente, algo já previsto antes do piorar do estado de saúde de Sassoli. Roberta Metsola, do Partido Popular Europeu (PEE), é atualmente a favorita a suceder ao dirigente italiano.

Até às eleições, Pedro Silva Pereira vai ser o presidente interino do Parlamento. Em entrevista à rádio Antena 1, Silva Pereira referiu que “há muitas questões para resolver relacionadas com a sessão plenária de Estrasburgo”, referindo-se aos desafios que tem para colmatar nesta semana. O deputado português refere que a morte de Sassoli é “devastadora”, sempre “capaz de uma palavra oportuna nos momentos difíceis do projeto europeu”.

António Costa reage com “profunda tristeza”

António Costa reagiu através das redes sociais à morte de David Sassoli. O primeiro-ministro lamenta a morte do dirigente europeu “com profunda tristeza”. “Um amigo com quem tive o privilégio de trabalhar muito proximamente nos últimos dois anos. Um humanista que, como jornalista, deputado e presidente do Parlamento Europeu, defendeu sempre com coragem e liberdade os valores europeus”, escreveu.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, referiu, também através do Twitter, que “David Sassoli era um jornalista apaixonado, um extraordinário presidente do Parlamento Europeu e, sobretudo, um querido amigo. Os meus pensamentos estão com a sua família”.

Em nota enviada e citada pela agência Lusa, Carlos Zorrinho, líder da bancada socialista do Parlamento Europeu, reage a esta como “uma notícia triste que lamentamos, de um homem que liderou o Parlamento Europeu num momento difícil e em que foi capaz de mobilizar uma resposta solidária e comprometida à pandemia, no plano sanitário, económico e social”.

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, diz nas redes sociais sentir-se “triste e comovido após o anúncio da morte do presidente do Parlamento Europeu”. Em italiano, o presidente enviou “sinceras condolências à sua família e amigos”.