As obras no interior do Mercado do Bolhão estão concluídas. A reabertura está prevista para o final do primeiro semestre e estima-se que possa abrir portas em junho. No decorrer da semana, serão feitos os últimos acertos, com a retirada das últimas máquinas do local.

Neste momento, estão a ser instalados os equipamentos e a cibernética e, em breve, começarão os ensaios e vistorias com vista à certificação do espaço.

Em declarações ao “Jornal de Notícias”, a arquiteta e administradora executiva da GO Porto – empresa municipal que assumiu a gestão da obra -, Cátia Meirinhos, explicou que “os trabalhos estão todos prontos”. Os últimos preparativos consistem em “dotar as bancas e os espaços de venda de peixe e de carne”, assim como “os restantes espaços do interior com equipamento necessário para o funcionamento do mercado”.

A responsável adianta que a transferência dos comerciantes (que estavam até agora no Centro Comercial La Vie, desde o início das obras, em 2017), tanto os das bancas como os das lojas exteriores, será feita em conjunto. Estima-se que a mudança seja rápida e feita no espaço de uma semana.

“Na transição do shopping para o mercado temporário, fechamos num único dia. Tal como aconteceu nessa altura, queremos fazer a transferência num espaço de quatro dias porque pretendemos ter um impacto mínimo na atividade dos comerciantes, que irão mover-se em bloco”, explicou Cátia Meirinhos.

Os comerciantes do interior e do exterior encontram-se em fases distintas da mudança, uma vez que ainda decorre o concurso de atribuição de alguns desses espaços. Os lojistas históricos estão em projetos licenciados para começar obra, outros estão com os projetos em curso de licenciamento e algumas das lojas estão em concurso para serem atribuídas.

Nem todas as lojas estarão a funcionar

O vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, admitiu em fevereiro que algumas lojas poderão não estar a funcionar no momento de abertura, nomeadamente as que estão viradas para o exterior. “Estamos a trabalhar no sentido de ter o maior número possível de lojas de rua abertas. Naturalmente não ficarão todas prontas a tempo”, sublinhou, citado pelo “Jornal de Notícias”.

Pedro Baganha explica que existem muitos projetos para analisar, que necessitam do parecer das entidades que tutelam a cultura e, por isso, os procedimentos tornam-se demorados.

“Neste momento, o que estamos a fazer é acompanhar os projetos das lojas exteriores. Todos os projetos têm que ter um parecer vinculativo (…) da Direção Geral do Património Cultural [DGPC], e como são muitos projetos ao mesmo tempo, acarreta alguma dificuldade de atuação por parte das entidades”, reforçou.

Para tentar resolver a situação, a autarquia vai criar um “grupo de trabalho com a Direção Regional de Cultura do Norte” (DRCN), numa tentativa de encurtar prazos.

Algumas rendas sobem, outras mantêm-se

A reabertura do mercado do bolhão promete combinar tradição e novidade. Em alguns casos, os vendedores encontram no espaço renovado a renda antiga, mas noutros as rendas sofreram alterações e vão agora ser mais altas.

Os comerciantes históricos das bancas vão pagar o mesmo valor que pagavam antes do encerramento do espaço – 5,91 euros por metro quadrado. Já para os comerciantes dos restaurantes que passam agora para a nova zona da restauração, com um espaço maior, o preço sobe para os 8,88 euros por metro quadrado, valor determinado igualmente para todos os inquilinos históricos das lojas exteriores.

Os donos dos novos espaços, resultantes do concurso, pagarão uma renda mais elevada – 12 euros por metro quadrado.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha