A abertura de um Continente Bom Dia na rua de Sá da Bandeira publicitado como sendo “no Bolhão” suscitou críticas por parte do município e da associação de comerciantes do Mercado do Bolhão. De acordo com o município, depois de ter sido contactada pela Câmara, a administração do Continente “reconheceu o erro”.

O Continente Bom Dia inaugurado esta terça-feira (26) localiza-se na Rua de Sá da Bandeira. Foto:

O Continente Bom Dia inaugurado esta terça-feira (26) localiza-se na Rua de Sá da Bandeira. Foto: Beatriz Magalhães/JPN

A abertura de um novo Continente Bom Dia, esta terça-feira (26), na rua de Sá da Bandeira, suscitou críticas por parte da Câmara Municipal do Porto e da Associação de Comércio Tradicional Bolha de Água, representante de parte dos comerciantes do Mercado do Bolhão, relativamente ao uso da marca “Bolhão” na sua divulgação.

Durante o fim de semana, em notas enviadas à imprensa, a associação de comerciantes do Mercado do Bolhão qualificou a promoção levada a cabo pelo Continente relativa à abertura de um novo estabelecimento “no Bolhão”, como uma “provocação”. “Nenhuma entidade jurídica, particular ou coletiva, pode utilizar o nome, marca ou logótipo Bolhão, sem consentimento expresso do Município do Porto e, sendo propriedade do Mercado do Bolhão, é nosso entendimento que só pode ser utilizada no universo Mercado do Bolhão”, pode ler-se na nota.

Screenshot divulgado pela Associação Bolha de Água.

Screenshot divulgado pela Associação Bolha de Água. A publicação já não aparece nas redes da empresa. Associação Bolha de Água

A associação sublinha que esta apropriação decorre desde “3 de janeiro”, naquilo que considera uma “estratégia comercial agressiva que suscita dúvidas e confusão”, destacando a “competição direta” que existe na na gama de produtos do Mercado e do Continente. “Se já é difícil a um mercado de frescos sobreviver a mais uma instalação de uma cadeia alimentar, basicamente à porta do mercado, mais difícil será, se lhes é permitido apoderarem-se do valor comercial do Bolhão, como está a acontecer”, referiu a associação.

Em resposta a um pedido de esclarecimento por parte do JPN, a Câmara do Porto assumiu também uma postura crítica. O município considera “abusivo” o uso da marca “Bolhão” na publicitação do estabelecimento, clarificando que “prontamente diligenciou um protesto junto da administração do hipermercado do grupo Sonae”. “Contactada pelo município, a administração do Continente reconheceu o erro e afirmou que a campanha de divulgação da nova loja será corrigida”, de acordo com o Município.

O JPN tentou entrar em contacto com a Sonae para a obtenção de esclarecimentos, mas sem sucesso. 

Editado por Inês Pinto Pereira