O Coliseu do Porto, o FITEI, o Fórum Dança e a empresa tecnológica portuense Medidata fazem parte de um consórcio que será financiado para criar e aplicar tecnologia na "criação, preservação, valorização e fruição do património europeu das artes performativas", através do projeto "Premiere-Performing Arts in a new era".

A iniciativa de participação no projeto “Premiere” partiu do Coliseu do Porto. Foto: João Múrias

O projeto “Premiere – Performing Arts in a new era: AI and XR tools for better understanding, preservation, enjoyment and accessibility” reúne entidades portuguesas, espanholas, francesas, holandesas, gregas e cipriotas, num total de 12 parceiros, e conseguiu obter da Comissão Europeia, no âmbito do programa Horizonte Europa, um financiamento de 4 milhões de euros com vista à sua implementação. Deste valor, um milhão destina-se a digitalização cultural em Portugal

A participação portuguesa no projeto partiu do Coliseu do Porto, que, por sua vez, agregou mais três entidades nacionais: Medidata, o parceiro tecnológico do projeto, o FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica e o Fórum Dança.

O consórcio, coordenado pela instituição grega ATHINA (Centro de Investigação e Inovação em Tecnologias da Informação), foi um dos 49 projetos selecionados para financiamento de um total de 364 candidaturas, das quais 16 tiveram participação nacional. O Coliseu do Porto Ageas, o Fórum Dança, o FITEI e a Medidata estreiam-se em captação de financiamento no programa-quadro europeu de I&I (Investigação e Inovação).

“Premiere”, que arrancará em outubro deste ano, pretende desenvolver e aplicar novas tecnologias – no domínio da inteligência artificial, da realidade estendida (XR) e do 3D – para a criação, preservação, valorização e fruição do património europeu das artes performativas, nomeadamente do teatro e da dança.

Os parceiros portugueses vão percorrer o património e o arquivo de registos media dos anos 60, 70 e 80 e dar-lhes uma nova vida, fomentando também novas atividades culturais acessíveis a todos, mesmo aqueles que não podem assistir ao vivo devido a barreiras como a distância geográfica ou motivos de saúde.

Além de aumentar a visibilidade e alcance das performances, pretende-se apoiar tanto os espectadores na busca de conteúdos relevantes como os produtores e curadores na comunicação dos seus trabalhos para públicos mais vastos.

O Horizonte Europa é um dos maiores programas de financiamento público para a investigação e inovação em todo o mundo, com um orçamento total de 95,5 mil milhões de euros, e estará em vigor até 2027. Pela primeira vez, um programa-quadro inclui um cluster dedicado à área da Cultura.

Artigo editado por Filipa Silva