Palco da primeira vez que se fez cinema em Portugal e também de grandes filmes como "Aniki Bobó", o Porto recupera ainda este ano o Cinema Batalha, espaço emblemático da cidade e do país. A propósito, o JPN fez um percurso pela história do cinema no Porto com a ajuda do historiador César Santos Silva e do realizador Alberto Seixas.
Pode ser um facto desconhecido para muitos, mas o Porto foi palco da primeira exibição de cinema em Portugal. Estávamos em 1896 quando o comerciante portuense Aurélio da Paz dos Reis, fascinado pela invenção dos irmãos Lumière em França, o trouxe para a cidade. Não só isso, como foi também rodado no Porto o primeiro filme português, o qual foi produzido e exibido pelo comerciante. O título? “Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança”.
Para o historiador portuense César Santos Silva, o Porto é uma cidade de muitas particularidades e uma delas é o cinema. Embora não seja o cenário de um grande número de filmes portugueses, nem haja muitos gravados na Invicta, não deixou de ser o palco de um dos filmes nacionais mais famosos do século XX: “Aniki Bóbó” (1942), de Manoel de Oliveira.
Numa história com mais de um século, foram dezenas as salas de cinema que abriram e fecharam ao longo dos anos (situamos algumas no mapa abaixo). Mas, em 2022, o Porto recupera talvez o maior símbolo da história do cinema e do modernismo da cidade Invicta com a reabertura do Cinema Batalha, prevista para setembro deste ano.
A propósito, o JPN fez um percurso pela história do cinema no Porto com passagem pelas principais salas da Baixa, com a ajuda do historiador César Santos Silva, escritor de diversos livros sobre a história da cidade. Com o realizador Alberto Seixas, fomos ao cinema Trindade para saber mais sobre Luís Neves Real, outra figura central da história cinematográfica do Porto.
Primeiras exibições: do Teatro Sá da Bandeira à Rotunda da Boavista
As primeiras exibições cinematográficas no Porto ocorreram pelas mãos de Aurélio da Paz dos Reis, que trouxe as “fitas” para a cidade em finais do século XIX. “Ele seria um visionário estimulado pelo novo invento e, então, traz [o cinema] para o Porto. Na Rua de Santa Catarina, bem na baixa portuense, vai pedir a um amigo, António da Silva Cunha – também era uma grande figura – que tinha uma fábrica de tecidos, a Fábrica Confiança, para filmar as operárias a saírem da fábrica. Quer dizer, ele não inventou nada, porque o primeiro filme do mundo chama-se ‘La Sortie de l’usine Lumière à Lyon‘, portanto ele copia a ideia dos Lumière. É, aliás, ver as duas fitas – era assim que se chamavam, o cinema ainda não passava cinema, passava fitas pequeninas”, explica o historiador César Santos Silva ao JPN.
De facto, este é o primeiro filme português. A partir daí, Aurélio da Paz dos Reis começa a passar “fitas” no que era o Teatro do Príncipe Real, hoje Teatro Sá da Bandeira, já com uma duração um pouco maior. O cinema começou assim a ser popularizado na cidade do Porto; era algo novo e acabou por fascinar as pessoas. No entanto, o cinema sofre um hiato e só volta a ter exibições em 1906, onde hoje é a Rotunda da Boavista. Estas exibições marcam o início oficial da história cinematográfica na cidade.
Aproveitando as multidões da Feira de São Miguel, que ali se realizava, Henrique Alegria e Alfredo de Mattos (futuros fundadores da Invicta Film), decidem passar cinema neste local. Num “barracão”, viam-se as fitas no que pode ser considerada a primeira “sala” de cinema portuense. Eram cobrados 30 réis pelas exibições, em sessões que duravam da tarde até à noite.
A Feira de São Miguel realizava-se onde hoje se encontra a Rotunda da Boavista. Nesse espaço, foi montado um barracão, no início do século XX, para passar “fitas”.
Da Rotunda da Boavista, o cinema passa depois para a Cordoaria, numa iniciativa encabeçada por Manuel Silva Neves e Edmund Pascaud, que exibem filmes dos Lumière e da produtora Pathé. Assim se iniciou a empresa cinematográfica Neves & Pascaud, que depois das exibições na Cordoaria passou para a Praça da Batalha.
O “sonho” da Invicta Film
Em 1908, foi inaugurado o Salão Jardim Passos Manuel, que começou por ser chamado Salão de Cynematographono, no local onde hoje encontramos o Coliseu do Porto. O gerente, Alfredo Nunes de Mattos, era um apaixonado pela sétima arte e, em 1912, fundou a “Nunes de Mattos & Companhia – Invicta Film”.
A empresa começou por se instalar num pequeno estúdio e laboratório no Salão Jardim e a fazer documentários-reportagem, como “O Naufrágio do Veronese”, em 1913, que acaba por ser exportado para mais de 100 países. A película mostra o navio que afundou ao largo da Boa Nova, em Leça da Palmeira, nesse ano.
Com o interesse de desenvolver esta atividade de produção cinematográfica, a 22 de novembro de 1917, é criada a sociedade por quotas “Invicta Film Limitada”. Nunes de Mattos, gerente técnico, contrata Henrique Ferreira Alegria, criador do cinema Olympia, construído ao lado do Salão Jardim Passos Manuel, como diretor artístico. São construídos novos estúdios na Quinta da Prelada que, apesar de estarem apenas concluídos em 1920, começaram a ser usados a partir de 1918.
“A Invicta Film é um sonho. Como sempre, não é? Tudo começa sempre num sonho. De dois homens que, mais uma vez, apaixonados pelo cinema, o queriam fazer no Porto. Não queriam realizar, mas queriam produzir”, conta César Santos Silva.
Na Prelada, onde um dia existiram os estúdios da Invicta Film, há uma rua com o nome da produtora que acabou por falir.
A empresa contrata técnicos estrangeiros, em especial de França, como o realizador Georges Pallu e o italiano Rino Lupo, e começa por fazer adaptações a filmes de longa-metragem de clássicos de autores como Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco ou Júlio Diniz, com a participação de atores já consagrados do teatro, como Amélia Rey Colaço, Palmira Bastos ou António Pinheiro.
“Muitos filmes e documentários foram realizados e produzidos pela Invicta Film, que começou a seduzir diversos realizadores do Porto e de Lisboa, dadas as condições que tinha. Porque na altura eram os primeiros estúdios a sério de cinema do país”, explica o historiador.
O projeto cedo se revelou demasiado ambicioso, enfrentando problemas como o reduzido número de salas ao nível nacional para exibição, uma concorrência crescente e um nulo apoio do Estado. “Tragédia de Amor” (1924) de António Pinheiro e “A Tormenta” (1925) de Georges Pallu foram dois dos últimos filmes produzidos pela Invicta Film.
“O cinema estava a evoluir, cada vez era uma arte mais cara. Cada vez as inovações eram maiores, só que eram caras. As produções começaram a ser incomportáveis e eles também se calhar deram um passo maior do que a perna. Moral da história: lentamente, a chamada estrutura dos custos fixos tornou-se incomportável. E as pessoas começam a aperceber-se e cada vez vão tendo menos realizadores”, refere César Santos Silva.
Antigos estúdios da Invicta Film, no Carvalhido. Foto: Wikipedia/DR
Desde então, a Invicta reservou-se à atividade laboratorial, dedicando-se, por exemplo, à tradução de filmes estrangeiros, mas acaba por ser destronada pela concorrente Filmes Castello Lopes, de Lisboa. A Invicta Film acabaria por falir em 1931. Os bens são leiloados e os estúdios, abandonados após a produção do filme “José do Telhado”, foram entretanto demolidos.
Ainda hoje, há a Rua Invicta Filmes na Prelada, onde foi no passado a produtora portuense. Já o Salão Jardim Passou Manuel, que ao longo do tempo sofreu várias obras de ampliação para acolher múltiplos eventos culturais, funcionou como cinema até 1938, altura em que fechou portas para ser demolido e dar lugar à construção do que viria a ser Coliseu do Porto.
Coliseu e Olympia
O Coliseu do Porto foi inaugurado em 1941 e logo se tornou numa das maiores salas de cinema do Porto, e também do país, com mais de 3.000 lugares. A sala principal teve uma programação regular de cinema até ao final dos anos 80, ao mesmo tempo que dava espaço às artes de palco, como o ballet clássico, a ópera, e a música de forma geral.
Nos anos 70, mais concretamente em 1971, e para dar resposta a novos públicos que o cinema ia formando, o Coliseu transformou um antigo salão de festas no Cine-Estúdio Passos Manuel. A pequena sala dedicava-se especialmente à projeção de filmes de autor e de vanguarda, muitos deles ousados para a época. A sala, agora Cinema Passos Manuel, ainda hoje exibe filmes – integra, por exemplo, o circuito habitual do festival de cinema documental do Porto, o Porto/Post/Doc -, também servindo como bar e sala de concertos.
Já no Coliseu, a exibição de cinema foi sendo descontinuada ao longo do tempo, fruto da aparição dos cinemas multiplex um pouco por toda a cidade e na periferia, mas nunca desapareceu por completo. Ainda hoje a sua tela é usada ocasionalmente, por exemplo, para cine-concertos.
No eixo da Rua Passos Manuel falta, claro, falar do Olympia, que abriu as portas em 1912. Criado por Henrique Ferreira Alegria com o nome “Olympia Kinema-Teatro”, a sala era conhecida por acolher estreias de cinema francês e alemão, mas a sua programação ficou também marcada pela exibição de cinema popular, como os westerns. A sala tinha lotação para 600 pessoas. O espaço recebia ainda alguns eventos musicais. Na década de 80, transformou-se num bingo e hoje funciona no espaço a discoteca Boîte.
Do velho ao novo Batalha
Propriedade da empresa Neves & Pascaud, o Cinema Batalha, antes “Salão High-Life I”, na Boavista, e depois “High-Life II” na Cordoaria, vai para a Praça da Batalha em 1908 com o nome de “Novo Salão High-Life”. Em 1913, o espaço muda oficialmente de nome para Cinema Batalha. Quase 30 anos depois, em 1944, este cinema é demolido e é aprovado um projeto do arquiteto Artur Andrade para dar vida a um novo edifício para o Batalha, aquele que hoje várias gerações de portuenses reconhecem.
“O Cinema Batalha é uma obra de referência do nosso modernismo. Está ligado a um arquiteto que também sofreu na pele a ditadura de Salazar. Logo que foi inaugurado, tornou-se um dos cinemas coqueluche do Porto. Filmes populares faziam fluir o cinema de geração em geração por centenas e milhares de pessoas. Nos anos 70, abriu uma pequena sala na cave, a Bebé, essa sim era mais intelectualizada com o cinema de autor, uma sala que acho que nem tinha 200 lugares, comparada com o gigantismo do cinema Batalha, daí passou a ser chamada de ‘Sala Bebé’ e está na memória de muitos de nós, porque fez parte da nossa infância e juventude”, conta César Santos Silva.
Durante o Estado Novo, o cinema sofreu um período de grande agitação. A suspeita de ligações aos comunistas era tanta, que nem os batentes das portas resistiram: “O fanatismo dos homens do regime era tal que as portas do Batalha tinha um ‘C’ e ‘B’ nos puxadores na porta e o presidente da câmara manda-os retirar antes da estreia [do edifício], porque ele não leu nas iniciais ‘Cinema Batalha’, mas sim ‘Comité Bolchevique'”, explica o historiador.
Mas o maior exemplo desta tensão foi a ordem dada pela polícia política para que se apagassem os painéis que o arquiteto Artur Andrade encomendou ao pintor Júlio Pomar (1926-2018). Pomar começou-os – eram dois frescos, um no hall de entrada e outro no bar – quando tinha apenas 20 anos, em 1946, e, na data de inauguração do Batalha – 29 de maio de 1947 -, a pintura maior ainda não estava concluída, por se encontrar o jovem pintor preso em Caxias por pertencer à Comissão Central do MUD Juvenil.
Os frescos, alusivos aos festejos do São João no Porto, foram posteriormente concluídos, mas, em 1948, a empresa Neves & Pascaud informa Pomar que se vê obrigada a “eliminar da decoração do seu Cinema Batalha as pinturas murais” por ordem da PIDE. Razões políticas terão estado na base da decisão.
O Cinema Batalha moderno – que agora está em obras – foi inaugurado em 1947 e era constituído por dois auditórios com capacidade para mais de 1.000 pessoas. De forma mais ativa desde que foi obrigado a deixar a Universidade do Porto, toda a programação esteve ao cargo do professor e matemático Luís Neves Real, que durante muitos anos foi o maior exibidor independente da cidade do Porto.
A figura de Luís Neves Real
Luís Neves Real. Foto: Arquivo Neves & Pascaud/Direitos Reservados
Luís Neves Real (1910-1985) foi um figura de extrema importância para a difusão do cinema nas salas de exibição e espaços culturais portuenses. Professor universitário, matemático e engenheiro, era também um cinéfilo e um consequente antifascista.
Neto de Manuel Silva Neves, cofundador da empresa cinematográfica Neves & Pascaud, esteve sempre ligado ao cinema no Porto, fazendo parte da família que geria o Cinema Trindade (vivia, aliás, no andar de cima), o Batalha, o Olympia e o Águia D’Ouro. O edifício do Trindade e do Batalha são ainda hoje propriedade da família.
“O Trindade tem algumas particularidades. A família Neves Real mudou-se para este edifício [do cinema Trindade], em 1913, ou seja, o Luís Neves Real contactou com este espaço desde os três anos de idade e isso também é uma das razões para a relação tão próxima dele com o cinema. E este espaço, tal como o Batalha, funcionavam um pouco como espaços de exibição um pouco mais seletiva”, conta ao JPN Alberto Seixas, autor do documentário “Um Homem Não É Um Homem Só” (2018), que se debruça justamente sobre a personalidade de Luís Neves Real.
“Havia espaços de exibição mais comercial e havia espaços como estes que tinham escolhas um bocadinho mais ousadas, mais focadas num objetivo, numa mensagem e, por isso, é que também muitas vezes tinham problemas com a polícia política”, complementa o realizador.
Luís Neves Real era uma “figura com alguma associação política”. “Não era político, mas esteve ligado a algumas contestações internas na Universidade do Porto, no período de ditadura, em que sempre marcou uma posição clara contra atitudes mais repressivas e em busca de maior liberdade. E esta figura que é, apesar de tudo, muito esquiva, muito pouco conhecida até, teve um impacto grande naquele período, nos anos 30/40/50, na vida cultural da cidade”, refere ainda Alberto Seixas.
Neves Real nunca foi propriamente um gestor, no sentido económico do termo, dos cinemas que a Neves & Pascaud administrava – era, na verdade, muito interessado na cultura, consumia muitos conteúdos, lia muito e assistia a diversos filmes. Ao ser afastado da Universidade do Porto por contestação ao regime, passou a dedicar-se mais ao negócio da família e passa a ajudar na programação destas salas geridas pela Neves & Pascaud. Em 1948, passa a integrar também a direção do Cineclube do Porto.
“Em 1948, o Cineclube passa a ser dirigido por um grupo de pessoas mais velhas, com mais experiência, uma direção encabeçada pelo Henrique Alves Costa e é a partir daí que também o envolvimento [de Luís Neves Real] é ainda mais acentuado. Porque passa a programar dentro do Cineclube do Porto, a escolher filmes, a escrever sobre eles, e a apresentar esses escritos ao público, ainda que de uma forma particular dado ele ser uma figura muito esquiva”, explica o realizador.
“Ele escrevia os programas, escrevia textos de apresentação dos filmes, mas quase nunca era ele que os lia ou que os apresentava em público. Pedia sempre a alguém para o fazer por ele. E isto acho que também mostra bem essa timidez quase social que ele tinha. Esses textos estão arquivados na biblioteca nacional, no arquivo da PIDE, porque eram textos que, como eram apresentados em público, eram revistos pela polícia política, mas a verdade é que raramente era ele em pessoa que os apresentava”, acrescenta.
Em relação ao Cinema Batalha, Luís Neves Real era sobrinho de António Neves que, na altura, estava a gerir o espaço. Atualmente, sabe-se que foi o grande ideólogo do espaço, ao nível arquitetónico e programático, mesmo que tenha sido um figura esquiva às aparições públicas enquanto esteve vivo. “Ele teve um impacto grande no desenho daquele espaço para a cidade e tinha a preocupação que o Batalha fosse um espaço, no fundo, quase de serviço público. O interesse que ele tinha pelo cinema e pela aproximação do público ao cinema e ao seu espaço físico fez com que também fosse muito importante para que o espaço fosse erguido da forma como foi naquela época”, conta Alberto Seixas.
O Batalha, como o Trindade – que ganhou nova vida em 2017, depois de 17 anos fechado ao público -, distinguiram-se como espaços onde o cinema se via, mas também se discutia. “Estes espaços têm essa marca de cuidado para com a arte cinematográfica que é de valorizar. Eram espaços de discussão e isso é que enriquecia a experiência cinematográfica. Hoje, essa experiência parece-me estar muito mais individualizada e o cinema, por vezes, pela forma como é distribuído e exibido, é maltratado noutros locais”, refere.
Dos sucessivos fechos à reabertura depois da reabilitação
A história recente do histórico cinema do Porto é conturbada e recheada de tentativas frustradas de reanimação. Nos anos 2000, o Batalha foi encerrado como cinema, tendo voltado à atividade em 2006 como espaço cultural, pela mão da Associação de Comerciantes do Porto (ACP). Quatro anos volvidos, em 2010, a ACP acabou por encerrar as atividades no espaço.
Em 2012, o Batalha foi classificado como Monumento de Interesse Público, mas a esperança numa nova vida só chegou em 2017, quando a Câmara Municipal do Porto anunciou ter chegado a acordo com os proprietários do Batalha para assumir a gestão do edifício por 25 anos, tendo ainda apresentado para o cinema um projeto de reabilitação. Nessa altura, apontava-se uma possível reabertura para 2019; estimava-se um investimento de 2 milhões de euros e ainda se acalentava a esperança de recuperar os painéis de Júlio Pomar. Nada disso aconteceu.
Foi preciso esperar dois anos para que a reabilitação fosse aprovada pelo Tribunal de Contas. O valor da empreitada teve de subir quase para o dobro e Pomar veio a falecer sem que tivesse conseguido projetar para o lugar dos seus frescos uma alternativa que “respondesse” ao apagamento a que foram votados pela ditadura, visto que a recuperação dos originais se revelou inviável.
Falhadas as novas previsões de abertura – que a Câmara Municipal justifica com a escassez de matéria-prima, o problema de fornecimento de componentes eletrónicas e a redução de pessoal em obra provocados pela pandemia ao longo dos últimos anos -, as obras devem ser finalizadas em setembro deste ano, devolvendo o emblemático espaço de exibições cinematográficas para as antigas e novas gerações do Porto.
Os arquitetos Sérgio Fernandez e Alexandre Alves Costa – filho de Henrique Alves Costa, crítico de cinema com forte ligação ao Batalha -, são os responsáveis pela obra de restauro do espaço. A nova casa de cinema da Invicta vai contar com uma nova sala com 558 lugares, dois bares, uma biblioteca e um terraço. “No final, será o projeto das nossas vidas”, declarou em 2017 Alexandre Alves Costa a propósito da reabilitação do Batalha, que frequentou desde criança. O princípio orientador da reabilitação ficou logo aí traçado pelo também professor catedrático da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto: “é indispensável que o Batalha encontre de novo a modernidade. Foi modernidade durante o fascismo, tem de continuar a ser modernidade no século XXI”.
Com Maria Oliveira
Artigo editado por Filipa Silva e Tiago Serra Cunha
Este artigo integra uma série de conteúdos planeados no âmbito da atividade Editor por um Dia, este ano a cargo da jornalista Mariana Correia Pinto, do jornal “Público”.