“Aqui vai crescer um novo Batalha”. A frase pode ser lida na tela que cobre o histórico Cinema Batalha. Encerrado desde 2010, a sala de espetáculos localizada na Praça da Batalha, no coração do Porto, viu luz ao fundo do túnel quando a 16 de abril de 2019 foi aberto o concurso para a sua reabilitação. A obra, no valor de 4,6 milhões de euros, foi entregue à empresa Teixeira, Pinto & Soares em junho desse ano. Em 2022, as luzes do cinema podem voltar a ligar.
A informação foi avançada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, esta segunda-feira à noite, depois de questionado pela deputada social-democrata Mariana Macedo, quanto às intervenções em curso na cidade. “Ninguém mais do que eu quer que estas obras se concluam antes do final do mandato, acho que todos queremos”, afirmou o independente cujo segundo mandato termina este ano.
Contactado pelo JPN, o arquiteto Alexandre Alves Costa, responsável pelo projeto de requalificação do Cinema, em conjunto com o arquiteto Sérgio Fernandez, quando confrontado com o prazo anunciado pelo autarca, afirma que a data era a prevista, mas coloca as suas reservas. “Tínhamos previsto que até ao fim do ano, no máximo, a obra estivesse concluída. Mas eu tenho alguma resistência a essas datas que são sempre muito otimistas – datas mais políticas do que outra coisa. Eu estou mais ligado à obra em si, e vejo que a obra ainda tem muitos problemas por resolver”, nomeadamente o estado “muito deteriorado” em que se encontrava a construção, afirma.
Apesar disso, confirma que a obra “está a andar muito bem. Para a experiência que eu tenho, esta é uma obra que está bem encaminhada”, aproveitando para tecer elogios à Câmara, que está a acompanhar “fantasticamente” a obra, e a empresa, de quem “não temos razões de queixas”.
Assim, numa postura mais cautelosa, o arquiteto perspetiva mais dois meses sobre o prazo estimado pelo edil do Porto: “O senhor presidente é um otimista, e eu espero que ele tenha razão. Quem me dera que a data fosse essa. Eu apontaria princípio de março [de 2022] – dava-lhe mais dois mesinhos por uma questão de segurança”.
Mercado do Bolhão, o Terminal Intermodal de Campanhã também concluídos no final do ano
Ainda durante a Assembleia Municipal, o presidente da Câmara do Porto também anunciou que as obras no Mercado do Bolhão e no Terminal de Campanhã estivessem concluídas no segundo semestre deste ano.
O restauro do Mercado do Bolhão foi iniciado a 15 de maio de 2018, e estava previsto terminar dois anos depois, em maio de 2020. Mas, em dezembro de 2019, a autarquia anunciou que as obras seriam prolongadas por mais um ano por necessidade de alterar o processo construtivo. Neste caso, a alteração implicava “o desmonte de alguns elementos metálicos e a demolição de três das quatro lajes existentes de betão das galerias superiores do mercado”, propostas aprovadas a 27 de março pela Direção-Geral do Património Cultural.
Já o Terminal Intermodal de Campanhã, prometido à cidade há mais de 15 anos, também estará pronto no final do ano, de acordo com Rui Moreira. Há um ano, sensivelmente, a conclusão estava prevista para junho de 2021. A obra, iniciada em setembro de 2019, resultará numa infraestrutura com a junção de vários meios de transporte, desde comboios, autocarros e metro, e vai ter um piso superior com uma cobertura verde correspondente a 4,6 hectares.
Artigo editado por Filipa Silva