A segunda edição da Volta a Portugal feminina em bicicleta vai percorrer 273,4 quilómetros entre os dias 16 e 19 de junho. Esta edição começa com um prólogo, em Loures, e é seguido de três etapas até ao seu desfecho, em Anadia. A diretora do ciclismo feminino da FPC adiantou alguns detalhes da prova ao JPN.

No ano passado, participaram 85 atletas na Volta Feminina. Este ano, vão ser 107. Foto: Federação Portuguesa de Ciclismo/Facebook

A segunda edição da Volta a Portugal Feminina em Bicicleta arranca esta quinta-feira (16), em Loures, e começa com um prólogo de 2,9 quilómetros, sendo esta a menos acidentada das tiradas. Tal como na edição de estreia, a Volta será composta por quatro etapas, mas este ano com um prólogo na abertura (no ano passado houve um contrarrelógio individual à terceira jornada).

A primeira etapa, marcada para sexta-feira (17), parte de Vila Franca de Xira com destino a Torres Vedras, após um percurso de 87,6 quilómetros. A segunda etapa, no sábado (18), segue um itinerário desde Monte Redondo, concelho de Leiria, até Ourém, com um percurso de 78,1 quilómetros.

A terceira e última etapa da Volta a Portugal feminina em bicicleta vai ser a mais longa. Está agendada para domingo (19) e vai ter um trajeto de 104,7 quilómetros, com partida em Aveiro e chegada em Anadia. Esta fase final será marcada por duas voltas ao circuito que irá também receber as provas de fundo do Campeonato da Europa de Sub-23 e Juniores, organizadas pela Federação Portuguesa de Ciclismo entre 30 de junho e 19 de julho.

Número recorde de atletas e equipas

Raquel Queirós, a ciclista olímpica que venceu a edição pioneira da competição, no ano de 2021, estará ausente. De acordo com Cristina Azevedo, diretora para o ciclismo feminino na Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), a atleta não poderá estar presente por incompatibilidade de datas: “Eu falei no início do ano com a Raquel Queirós logo quando fechámos o calendário para a Volta a Portugal. Tive o cuidado de lhe ligar, para saber se era compatível com o calendário dela. Infelizmente, ela tem um calendário internacional muito preenchido e não vai poder estar presente”, referiu. “Estará presente connosco, obviamente, no coração”, rematou, em declarações ao JPN.

O ano passado, de acordo com Cristina Azevedo, o número de atletas não excedeu as 85. Este ano, o pelotão terá 107 participantes, e a procura superou este número. “É uma diferença muito grande ter 80 atletas ou ter 110 e ter ainda mais 15 ou 20 inscritas… Não poderíamos autorizar mais entradas”, explicou Cristina Azevedo.

No total, estão inscritas 17 equipas, das quais quatro são espanholas, duas britânicas e uma francesa. Estão inscritas ciclistas de 15 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, França, Irão, Irlanda, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia.

A número 1 de 2021 não vai correr, mas estarão em prova as ciclistas que ficaram, respetivamente, com o segundo e o terceiro lugares: a jovem portuguesa Sofia Gomes (Massi Tactic) e Iris Gómez (Seleção da Catalunha). Beatriz Pereira, quinta em 2021, irá representar a Seleção de Portugal, enquanto a sétima classificada, Harriet Dodd (Team LDN/Brother UK), também vai regressar às estradas portuguesas.

A Volta a Portugal Feminina Cofidis, herdeira da Volta a Portugal, fundada em 1927, entra em fase de consolidação desportiva com a chegada da sua segunda edição. Em 2021, “a etapa inaugural tentou recriar a primeira Volta a Portugal masculina”, conta Cristina Azevedo. A tirada teve saída no Marquês de Pombal, em Lisboa, também porque, em 2021, esta “era a Capital [Europeia] do Desporto”.

Este ano, a Volta a Portugal Feminina atravessa cinco comunidades intermunicipais: Lisboa, Oeste, Médio Tejo, Região de Leiria e Região de Aveiro e a ideia é continuar a cobrir território. “A vontade da Federação Portuguesa do Ciclismo é levar a Volta a Portugal a circular por todos os municípios. A ideia é ir subindo e começarmos a descer pelo interior até chegarmos ao Algarve. Tudo depende da aceitação dos municípios, das câmaras, e do apoio dos patrocinadores que permitam fazer esta Volta a Portugal”, adiantou a diretora da FPC. 

Da estratégia da FPC para o ciclismo feminino faz também parte o objetivo de colocar a Volta a Portugal Feminina em Bicicleta no calendário da União Ciclista Internacional, o principal organismo mundial da modalidade. “Ao colocar esta prova no calendário UCI, equipas como a Movistar, a INEOS, todas essas equipas têm livre trânsito para entrar. Ao entrarem equipas dessas, que são equipas profissionais, claramente que os nossos atletas vão ter que ter um nível superior, um nível mundial, para poder competir na Volta a Portugal”, afirmou.

A segunda edição da Volta a Portugal Feminina quer ainda colocar o ciclismo português na frente da tendência internacional de aumento de visibilidade do ciclismo feminino e promover a igualdade de género dentro da modalidade. A prova procura, também, desafiar as equipas e as jovens ciclistas portuguesas que, de acordo com Cristina Azevedo, “estão garantidamente a um nível europeu muito bom”. “Nós temos atletas com muito valor. Acredito que nos próximos anos, eventualmente na Austrália [Brisbane, 2032] ou até mesmo em Los Angeles [2028], já teremos portuguesas a disputar os primeiros lugares nos jogos olímpicos, e é para isso que caminhamos”, concluiu.

Artigo editado por Filipa Silva