A “Casa Guilhermina” encheu-se de convidados, este sábado (18), na Super Bock Arena. Ana Moura mostrou-se feliz com o entusiasmo do público portuense e afirmou ao JPN que “não poderia ter escolhido melhor” o ponto de partida para esta viagem.
Ana Moura iniciou a digressão europeia do álbum “Casa Guilhermina”, no passado sábado (18). O fado ecoou, na Super Bock Arena, aliado a um heterogéneo leque de sonoridades, no qual se destacam elementos de influência africana e folclórica.
As boas-vindas ao recinto foram dadas pelo DJ Gonçalo Afonso. Ana Moura abriu a performance com “Janela Escancarada”, naquele que foi um concerto recheado de episódios de grande intensidade. Mais tarde, a cantora emocionou os fãs ao aparecer sem aviso no meio da plateia para cantar “Sozinha lá Fora”. Ao regressar ao palco, fez o público vibrar novamente – mas desta vez pela nostalgia do “Desfado”, tema lançado em 2012.
A canção “Mázia” originou um dos momentos emotivos da noite e contou com a participação especial do cantor angolano Paulo Flores. Já o tema “Agarra em Mim”, interpretado por Ana Moura e Pedro Mafama, fez subir a temperatura no recinto e foi mais um dos pontos altos do show.
Para encerrar, a artista presenteou os fãs com mais um surpresa ao cantar, inesperadamente, uma cover da canção “Te Amo”, dos Calema.
O «Casa Guilhermina» celebra e homenageia pessoas que fizeram parte da minha vida e que construíram aquilo que sou hoje.
Ana Moura e os seus bailarinos surpreenderam com coreografias ousadas, nas quais predominaram movimentos de kizomba e semba, e conseguiram contagiar a plateia do início ao fim. “Este foi o espetáculo mais arrojado que fiz na vida e eu estava mais nervosa por isso”, confessou a cantora ao JPN. No entanto, reconheceu que “tudo correu maravilhosamente” e que “havia uma energia comum”. “Estávamos todos a viver um momento único”, partilha.
“Casa Guilhermina” é um convite de Ana Moura a entrar no seu universo pessoal
O espetáculo, seguido de uma after party no bar Pérola Negra, fez jus ao conceito intimista e emotivo do disco “Casa Guilhermina” – que, segundo Ana Moura, “está cheio de histórias pessoais”. O nome do álbum, que é também o nome da sua casa, consiste numa homenagem à avó, que se chamava Guilhermina.
“O «Casa Guilhermina» celebra e homenageia pessoas que fizeram parte da minha vida e que construíram aquilo que sou hoje. A minha prima Cláudia, a minha querida avó… Elas contribuíram para a construção de mim própria e, por essa razão, é muito especial”, explica Ana Moura ao JPN.
Sobre a presença no Super Bock Arena, a cantora afirma “que não poderia ter escolhido melhor” lugar para estrear a digressão. “O público estava muito generoso, a reagir desde o primeiro momento”, salienta. A segunda paragem da tournée foi o Coliseu de Lisboa (domingo, 19) e seguem-se países como Suíça, Alemanha, Suécia e Espanha.
O fado faz parte de mim. É uma condição. Faz parte do meu ser em tudo o que faço. Mesmo quando não canto.
A par com a tour europeia de “Casa Guilhermina”, Ana Moura está também, neste momento, em digressão com o cantor belga Stromae. “Deixou-me extremamente feliz saber que o Stromae adorou o disco da “Casa Guilhermina” e, ainda mais, ter-me chamado para abrir os concertos dele”, confessa a cantora. “Já fiz os dois primeiros concertos e foi uma experiência muito bonita. Ele é uma pessoa elegantemente generosa. Recebeu-me super bem e sabia imenso sobre a minha carreira – fiquei extremamente surpreendida”, revela, entusiasmada, a artista.
Quanto ao futuro da sua carreira, apesar de não se querer limitar a um só estilo no seu processo criativo, a cantora garante que “o fado vai estar sempre presente”. “O fado faz parte de mim. É uma condição”, completa Ana Moura. E conclui: “Faz parte do meu ser em tudo o que faço. Mesmo quando não canto”.
Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira