No passado domingo (28), o Partido Popular (PP) saiu vencedor das eleições municipais e regionais em Espanha, arrasando com o partido socialista (PSOE) de Pedro Sánchez, atual primeiro-ministro do país. Esta segunda-feira (29), na sequência dos resultados, Pedro Sánchez anunciou a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições legislativas nacionais em seis meses.
As eleições ficam, assim, agendadas para 23 de julho. “Comuniquei ao chefe de Estado [o Rei Felipe VI] a decisão de convocar um Conselho de Ministros esta mesma tarde e antecipar as eleições gerais”, avançou Sanchéz numa declaração aos jornalistas, feita na sede do Governo espanhol, em Madrid.
O Conselho de Ministros extraordinário vai reunir já durante a tarde desta segunda-feira para aprovar o pedido. A convocatória formal, por sua vez,vai ser publicada amanhã (30), no Boletim Oficial do Estado.
O primeiro-ministro assumiu os resultados e afirmou que eles refletem a vontade dos espanhóis e das espanholas – sendo por isso “necessário dar uma resposta” e submeter o “mandato democrático à vontade popular”.
Os resultados das eleições: uma Espanha de direita e extrema-direita
O mapa regional e autárquico deixou de ser dominado pelos socialistas. O PSOE perdeu seis das dez regiões onde liderava, ficando apenas com as Astúrias, Canárias, Castela La Mancha e Navarra.
Já o partido de direita PP poderá governar oito regiões, enquanto antes detinha o poder em duas. Conseguiu conquistar grandes cidades como Sevilha e Valência e a maioria absoluta na capital, Madrid. Como não conseguiu maioria absoluta em todas as regiões, vai apoiar-se no partido de extrema-direita VOX para governar em algumas regiões.
O PP foi o partido mais votado, acumulando mais de 700 mil votos. O líder, Alberto Núñez Feijóo, mostra-se confiante com as eleições de julho. Em conferência de imprensa, Feijóo afirma que “anunciar eleições antecipadas não oculta o que aconteceu”. “Os espanhóis disseram ‘Basta!’ ao que temos”, diz, sublinhando que se começou outra forma de fazer política a partir deste momento.
Pedro Sanchéz é primeiro-ministro desde 2018. Antes deste pedido, as eleições legislativas espanholas estavam previstas para dezembro e Sanchéz sempre insistiu que queria levar a legislatura até ao fim.
Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira