Das 06h00 às 20h00 mantêm-se as regras atuais. Das 20h00 às 06h00, passa a ser permitido o tráfego de automóveis particulares e TVDE. Medida foi concertada pelos municípios de Porto e de Vila Nova de Gaia.

Ponte D. Luís Um Mês Depois

Obras de reabilitação da Ponte D. Luís custaram cerca de quatro milhões de euros. Foto: Miguel Marques Ribeiro

A circulação de automóveis particulares e dos TVDE vai voltar a ser permitida no tabuleiro inferior da Ponte D. Luís a partir de domingo, dia 1 de outubro, mas apenas entre as 20h00 e as 06h00, informou esta sexta-feira (29) o município do Porto.

Entre as 06h00 e as 20h00, mantêm-se as regras de circulação em vigor: só podem atravessar a ponte peões, velocípedes, transportes públicos, táxis e veículos de emergência médica.

Os carros privados estavam impedidos de passar na ponte que liga o Porto e Gaia desde abril, mês em que o tabuleiro inferior reabriu ao público, depois de ter sido sujeito a obras de remodelação

Perante as notícias que davam conta do recorrente desrespeito pela sinalização, os serviços da Câmara Municipal do Porto promoveram contagens reais no local e verificaram que havia centenas de infrações diárias.

Razão que levou os dois municípios a estudarem uma alternativa que permitisse maximizar a utilização da ponte e manter a segurança rodoviária dos milhares de pessoas (sobretudo turistas) que atravessam a ponte, localizada em pleno centro histórico do Porto.

Na Ponte D. Luís “não há controlo” sobre as novas regras e os carros continuam a circular

Em agosto, o Executivo da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia já tinha aprovado a proposta. Faltava a implementação no terreno da nova sinalética de informação. 

Mais de 900 veículos não autorizados num só dia

A alteração que agora chega ao terreno teve por base contagens reais de veículos e pessoas a atravessar o tabuleiro inferior da Ponte D. Luís. A operação ficou a cargo dos serviços da Câmara Municipal do Porto e ocorreu em dias úteis e sábados para avaliar o fluxo da ponte, hora a hora, nos dias 10 e 12, durante o dia, e nos dias 17 e 19 de junho, à noite.

A conclusão a que se chegou é que “se verifica uma considerável redução do tráfego pedonal a partir das 20h00.” O mesmo se passa com os velocípedes, que circulam mais de manhã, e com os transportes públicos, mais frequentes ao final da tarde.

As contagens permitiram também verificar o grande volume de infrações. No dia 10 de junho, que era sábado e feriado – num fim de semana prolongado e no qual foi realizado o Primavera Sound -, os serviços da CMP contabilizaram a passagem de 925 veículos não autorizados na ponte, entre as 07h00 e as 21h00.

Na segunda-feira seguinte, 12 de junho, foram 537 veículos não autorizados no mesmo período.

Peões, também são muitos: mais de 50 mil pessoas atravessaram a ponte a 10 de junho, número que baixou para os 10 mil na segunda-feira seguinte. O período de maior concentração de pessoas na ponte é o final da tarde, entre as 18h00 e as 20h00, de acordo com esta amostra.

Os dois municípios concluíram que “a procura pedonal após as 20 horas é compatível com a dimensão do espaço afeto ao peão e à potencial procura dos restantes modos de transporte”, refere o comunicado da Câmara do Porto enviado às redações.

“Além disso, sendo o período entre as 20 e as 6 horas coincidente com a redução da oferta de transporte público, potenciando o cumprimento do restante horário, a circulação motorizada na ponte será permitida de forma a facilitar a acessibilidade local e operações logística, sem ter um impacto significativo na utilização pedonal e ciclável, bem como na circulação do transporte público”, acrescentam.

Os dois municípios prometem agora monitorizar em permanência “a nova solução de mobilidade”.