Depois da direção da TSF, foi a vez, esta quinta-feira, dos títulos do GMG com sede no Porto perderem as direções. Equipas mantêm funções até novas nomeações. Esta quinta-feira, há novo plenário no JN.

Trabalhadores do JN concentraram-se em frente à Câmara do Porto na passada quinta-feira (7).

As direções do “Jornal de Notícias” (JN) e do jornal “O Jogo” decidiram apresentar a demissão em bloco, esta quinta-feira.

A decisão ocorre numa altura em que o novo acionista maioritário do Global Media Group (GMG) – que detém o JN, O Jogo, o DN e a rádio TSF, entre outros títulos – se prepara para um plano de reestruturação que implica a saída de 150 a 200 trabalhadores.

No JN, demitiram-se a diretora Inês Cardoso, no cargo desde 2020, os diretores-adjuntos Pedro Ivo Carvalho, Manuel Molinos e Rafael Barbosa e o diretor de arte do jornal, Pedro Pimentel

O JPN sabe que Manuel Molinos deixou igualmente a Direção Digital do grupo.

No desportivo “O Jogo”, demitem-se o diretor Vítor Santos e o diretor-adjunto Jorge Maia.

São oito demissões que se juntam ao pedido de demissão apresentado há dois dias pela direção da TSF – menos de três meses depois de entrar em funções -, informação avançada pela Agência Lusa.

Num comunicado a que o JPN teve acesso, o Conselho de Redação do JN diz ter tomado conhecimento da decisão da Direção “com grande consternação”.

Na base da rutura, estão “a constante degradação das condições funcionais, tecnológicas e institucionais de exercício de funções”, a par do “evidente desalinhamento estratégico perante as medidas anunciadas e em preparação para o ‘Jornal de Notícias’ e suas revistas e suplementos”, refere ainda o Conselho de Redação.

No imediato, a equipa disponibilizou-se para se manter em funções até à nomeação de uma nova direção para o jornal.

Os representantes da redação do JN deixam ainda palavras de elogio à direção cessante e garantem que os profissionais do diário vão “continuar a trabalhar, fazendo o melhor jornal que conseguir, ainda que sob a ameaça de vir a perder 40 jornalistas”, numa redação que, no total, terá cerca de 90.

Esta quinta-feira, sabe o JPN, realiza-se um novo plenário dos trabalhadores do JN, que estiverem dois dias em greve na semana passada, a 6 e 7 de dezembro.

Até esta altura, os trabalhadores ainda não reuniram com a nova administração do grupo.

O novo CEO, José Paulo Fafe, que substitui Marco Galinha no cargo deu uma entrevista que deu ao jornal ECOentrevista que deu ao jornal ECO, esta quarta-feira.

O empresário garantiu que “não há cartas escondidas” na operação que levou a que um fundo com sede nas Bahamas adquirisse uma posição maioritária no grupo de média, que terá convencido a investir com base na ideia de apostar nos “300 milhões de falantes” de língua portuguesa.

Na entrevista, José Paulo Fafe atacou a concorrência – nomeadamente, o grupo Impresa e o seu líder histórico, Francisco Pinto Balsemão -, explicou como chegou ao Union Capital Group e afirmou ainda que o GMG tem atualmente “33 milhões” de receitas e “40 milhões” de custos, pelo que “faltam sete milhões para equilibrar”.