O Boavista empatou, este sábado (16), a uma bola, frente ao Vitória de Guimarães. Os axadrezados entraram a perder, com um golo de Jota Silva, mas conseguiram igualar a partida, graças um pénalti assinalado nos descontos da segunda parte.

Tiago Morais marcou o golo decisivo para o empate do Boavista. Foto: Boavista/Facebook

Depois de um ciclo de cinco derrotas para o campeonato e da saída de Petit do cargo de treinador no início da semana, o Boavista conseguiu um empate a uma bola no Bessa frente ao rival de Guimarães. Ainda assim, os axadrezados continuam a não conseguir voltar aos bons resultados do início do campeonato.

Sem Petit no banco, o Boavista contou com Jorge Couto, treinador dos juniores, para comandar a formação axadrezada, em jogo a contar para a 14.ª jornada da Liga Portugal. 

Relativamente ao último jogo, o Boavista alterou a formação tática, passando de um 3-5-2 para um 4-2-3-1 e abandonando o sistema de três centrais. Chidozie, que tinha falhado o último jogo com o Estrela da Amadora por lesão, voltou ao onze inicial. Camara saiu do onze para dar lugar a dois médios-centro e Bozeník assumiu a função de ponta de lança, depois de no último jogo ter partilhado a frente do terreno com Bruno Lourenço.

A partida foi equilibrada e bastante disputada, naquele que é um dos duelos clássicos do campeonato português. O primeiro golo da partida surgiu ao minuto 30. para a equipa visitante. O golo saiu dos pés de Jota Silva, que apareceu no primeiro poste para rematar, depois de uma bola parada de Tiago Silva.

O golo do empate só apareceu ao cair do pano na sequência de um pontapé de pénalti marcado por Tiago Morais. O lance parecia controlado por Bruno Varela, mas Ricardo Mangas, ex-Boavista, derrubou Reisinho à entrada da pequena área, o que resultou na marcação da grande penalidade. Bruno Varela ainda acertou no lado para o qual a bola se dirigia, mas não foi possível travar o remate forte do jovem boavisteiro.

A partida ficou marcada também pela saída forçada de Tiago Silva, da formação vitoriana, aos 60 minutos. O camisola 10 do Vitória, que estava a ser crucial para manter a calma no meio-campo vimaranense, saiu de maca para dar lugar a Dani Silva.

Poucas oportunidades e Vitóri na frente

Fábio Veríssimo apitou para o início do jogo, que começou morno. A bola não tinha dono e a partida parecia mais disputada nas bancadas do que dentro de campo.

Aos cinco minutos, chegou a primeira oportunidade para a equipa da casa. Onyemaechi foi à linha de fundo para cruzar, mas o guarda-redes vitoriano estava atento e não permitiu que Bozeník chegasse ao golo. Bozeník voltou a ter oportunidade para marcar de cabeça num cruzamento com origem num canto para o Boavista, mas a bola saiu ao lado. Estavamos no minuto 12 da partida.

Dez minutos depois, surgiu a primeira grande oportunidade para a formação boavisteira. Bruno Lourenço apareceu desmarcado no lado esquerdo do ataque e armou o remate para a baliza de Bruno Varela, mas o guarda-redes estava atento e não deixou que a equipa da casa abrisse o marcador.

O Vitória respondeu no minuto a seguir, com um pontapé fortíssimo de Nélson da Luz, mas o guardião axadrezado, João Gonçalves, defendeu a bola, cedendo um canto à equipa adversária.

Uma bola parada perigosa ao minuto 25, quase deu vantagem à equipa visitante. Tiago Silva cruzou a bola para Borevkovic que tentou cabecear a bola para o fundo das redes, mas mais uma vez, João Gonçalves salvou o Boavista de sofrer golo.

Ao minuto 30, surgiu o primeiro golo da partida. Numa cobrança de livre de Tiago Silva junto à linha lateral, Jota Silva apareceu junto ao primeiro poste para marcar aquele que foi o seu quarto golo a contar para o campeonato. As bancadas tremeram, os quase dois mil adeptos vitorianos que se deslocaram ao Estádio do Bessa congelaram as bancadas dos adeptos da casa.

Segunda parte fez a temperatura subir

Ao contrário da primeira parte, em que houve poucas oportunidades de parte a parte, as equipas vieram do balneário com outra mentalidade. O Vitória queria assaltar o quarto lugar, ocupado pelo Sporting Clube de Braga, e manter a vantagem. O Boavista queria chegar ao golo do empate para mudar o rumo negativo do campeonato.

O Boavista apresentou-se mais atrevido na forma de jogar, com mais iniciativa e chances criadas. O Vitória, que tentou segurar o resultado, deixou-se levar pelo jogo ofensivo dos axadrezados e tornou-se muito passivo, jogando a maior parte do tempo sem bola.

A primeira grande oportunidade surgiu para a equipa da casa no minuto 47. Salvador Agra tentou a sua sorte numa jogada individual e armou o remate à entrada da área. A bola saiu sem perigo para a baliza vitoriana, mas a chance criada pelo camisola sete animou os adeptos da casa.

Ao minuto 62, Tiago Silva da formação vitoriana saiu lesionado e a saída condicionou o jogo da equipa minhota, que se fechou ainda mais no seu meio campo.

Com a defesa do Vitória completamente adormecida, ao minuto 74, Bozeník foi mais uma vez protagonista na tentativa de chegar ao golo do empate. Salvador Agra lançou o avançado para a área, mas Bozeník não conseguiu ultrapassar a mancha de Bruno Varela.

Depois de várias chances criadas, o golo boavisteiro chegou ao minuto noventa. Ao cair do pano, num lance que parecia controlado pelo guarda-redes vitoriano, Ricardo Mangas derrubou Reisinho na pequena área, o que resultou numa grande penalidade para os axadrezados. O pénalti foi convertido com sucesso por Tiago Morais, jogador boavisteiro de apenas 20 anos.

A equipa do Bessa volta a somar pontos após cinco derrotas consecutivas para o campeonato. O Vitória perdeu a oportunidade de ficar colado aos quatro primeiros.

O jogo ficou marcado pelos oito amarelos mostrados por Fábio Veríssimo e pelos assobios a Ricardo Mangas, que no início da época trocou a equipa do Boavista pelo Vitória de Guimarães.

Terminada a partida, o Boavista fica no décimo lugar do campeonato à condição, ficando dependente do resultado do jogo entre o Moreirense e Portimonense. A formação minhota mantém a quinta posição, ainda lutando pelo quarto lugar.

Álvaro Pacheco: “Podíamos ter feito mais”

O treinador do Vitória Sport Clube fez um balanço do jogo, concluindo que a sua equipa fez “uma primeira parte muito boa”, mas que podia ter feito mais na segunda parte.

Com a noção de que o Boavista iria reagir face ao resultado, o treinador admitiu que faltou serenidade no controlo das emoções. “Faltou controlar o jogo com bola”, concluiu o treinador. Álvaro Pacheco considerou que o Vitória conseguiu fechar bem as linhas de passe, controlando os passes em profundidade e o jogo exterior, mas que faltou ter bola para não deixar que o Boavista avançasse mais.

Álvaro Pacheco confessou que com a saída de Tiago Silva, a formação vitoriana não conseguiu manter o mesmo nível da primeira parte e admitiu que sai frustrado com o resultado: “perdemos aqui dois pontos”, disse.

O treinador deu mérito à equipa adversária pelas chances criadas, mas considera que devia ter saído do Estádio do Bessa com os três pontos.

Jorge Couto, que esteve no jogo de sábado (30) no comando técnico dos axadrezados, não compareceu na sala de imprensa.

Na próxima jornada a contar para a Liga Portugal, o Boavista vai deslocar-se a Barcelos para defrontar o Gil Vicente, no dia 30 de dezembro. A formação do Minho joga em casa, no Dom Afonso Henriques, com o Rio Ave, no dia 23 deste mês.

Editado por Filipa Silva