O protesto, convocado pela plataforma Casa para Viver, deverá ter lugar em, pelo menos, 18 cidades. No Porto, o início da manifestação está agendado para as 15h00 na Praça da Batalha.

A autarquia conta investir cerca de 4 milhões de euros em reabilitação.

O coletivo exige medidas que solucionem o problema da habitação no país Foto: José Moutinho/Flickr

A manifestação em defesa do direito à habitação volta a sair à rua este sábado (27) em vários pontos do país para reivindicar soluções para o problema da habitação que tem afetado, sobretudo, os jovens. Convocada pela plataforma Casa Para Viver, deverá realizar-se em, pelo menos, 18 cidades.

“Às portas dos cinquenta anos do 25 de Abril, continuamos a ter de lutar para chegar ao fim do mês, com salários miseráveis, sem conseguir comprar casa ou arrendar casa e sem dinheiro para viver dignamente”, pode ler-se numa carta aberta divulgada pela plataforma Casa Para Viver. De acordo com o coletivo, o agravamento dos problemas de acesso à habitação deve-se a “uma política ao serviço da banca e dos grandes interesses económicos, feita por sucessivos Governos que não teve interesse em proteger quem trabalha”.

No Porto, vai haver uma manifestação, que se inicia às 15h00 na Praça da Batalha e que segue, mais tarde, para a Avenida dos Aliados. Estão previstas outras ações em Lisboa, Setúbal, Braga, Aveiro, Faro, Lagos, Portimão, Albufeira, Leiria, Coimbra, Viseu, Funchal, Covilhã, Évora, Beja, Sines e Portalegre.

O coletivo exige medidas que solucionem o problema da habitação no país, nomeadamente a diminuição das “prestações pondo os lucros da banca a pagar”, a redução e regularização das rendas e o prolongamento da duração dos contratos, bem como a “revisão imediata de todas as formas de licenças para a especulação turísticas“.

Para além destas propostas, a plataforma Casa para Viver pede o fim dos despejos, “o fim do Estatuto dos Residentes Não Habituais, dos incentivos para nómadas digitais, das isenções fiscais para o imobiliário de luxo e fundos imobiliários”, “o aumento do parque de habitação pública do Estado” e exige colocar “no mercado de imediato os imóveis devolutos dos grandes proprietários, fundos e empresas que só têm como fim a especulação“.

Depois da manifestação de 1 de abril, que reuniu milhares de pessoas nas ruas, o Governo anunciou o Pacote Mais Habitação, que, segundo o coletivo, “capitulou logo aos interesses financeiros e esvaziou-se em promessas”. A plataforma Casa para Viver criticou ainda que o Governo, agora em gestão, queira recuar agora na medida que impôs o fim do regime dos residentes não habituais, anunciada após a manifestação de 30 de setembro.