O Fantasporto acontece entre os dias 1 e 10 de março e conta com cerca de 100 filmes de 34 países. O JPN falou com a diretora do festival, Beatriz Pacheco Pereira, que prometeu filmes "absolutamente extraordinários".

Fantasporto acontece entre 1 e 10 de março no Batalha Centro de Cinema. Foto: Maria Andrade

A 44.ª edição do Fantasporto arranca esta sexta-feira (1), às 21h00, no Batalha Centro de Cinema e decorre até 10 de março. O festival vai contar com cerca de 100 metragens de 34 países diferentes, competições entre os filmes e as equipas de produção e ainda “movietalks”, nas quais se vai falar sobre tópicos como o cinema fantástico, o cinema internacional e o streaming. Beatriz Pacheco Pereira, diretora do festival, afirmou ao JPN que no Fantasporto “cabe tudo”.

O evento abre com o filme “Testament”, de Dennis Arcand. Segundo a diretora, trata-se de uma comédia “absolutamente deliciosa” com um “grande poder de reflexão e de crítica”. Já o filme “Creation of the Gods I: Kingdom of Storms”, de Wuershan, vai fechar esta edição. Descrito como uma fusão entre o horror e o fantástico, o filme é, segundo Beatriz Pacheco Pereira, considerado “o melhor filme chinês do ano”.

Nesta edição, o festival vai dar principal destaque a projetos asiáticos. Em declarações ao JPN, a diretora salientou várias metragens internacionais a não perder: “All You Need Is Blood”, de Cooper Roberts, uma comédia de terror americana que traz “um toque de alegria ao festival”; “The Hyperborean”, um filme canadiano de Jesse Thomas Cook; seguido de “Normal Family”, do realizador Jin–Ho Hur, da Coreia do Sul, que é, para a diretora, um dos “melhores filmes do festival”.

A diretora destacou ainda os filmes “Mutant Ghost Wargirl”, de Binjie Liu; “Cold Meat”, de Sebastien Drouin; “Lost in the Stars”, de Cui Rui e Liu Xiang, “The Complex Forms”, de Fabio D’Orta; “The Universal Theory”, de Timm Krõger, entre outros. No que toca ao cinema português, “Carne, a Pegada Insustentável”, de Hugo Almeida, é o único documentário a ser exibido no evento.

Para Beatriz Pacheco Pereira, o Fantasporto vai sempre “além do cinema”. Para além de apresentar filmes de grande produção internacional, o evento é, muitas vezes, acompanhado de música, livros e artes plásticas. O Fantasporto pretende, também, promover o envolvimento das escolas e das universidades com o cinema, contando com a colaboração da Universidade do Minho, a Universidade Católica, a Universidade Lusófona e ainda a Escola Artística Soares dos Reis. “Temos profissionais misturados com amadores, estudantes, todos eles interessados em mostrar filmes no Fantasporto. Não tenho a mínima dúvida que se convidasse mais filmes, mais viriam. Só que só temos dez dias, não é?”, explicou.

As principais categorias competitivas do festival incluem Cinema Fantástico, Secção de Curtas-Metragens, Semana dos Realizadores, Orient Express e Prémio de Cinema Português. Em declarações ao JPN, a diretora disse estar confiante de que a edição deste ano tenha uma adesão significativa: “O número [de espectadores] tem aumentado. […] O Fantasporto é uma experiência totalmente diferente. Os festivais e, neste caso, o Fantasporto, oferecem essa faculdade às pessoas de poderem ver os filmes tal como foram criados”, afirmou a diretora.

Para além dos realizadores, produtores e equipas dos filmes em competição, a revista Variety também vai marcar presença no evento. Beatriz Pacheco Pereira disse que o Fantasporto tem potencial para crescer ainda mais, dada a cobertura internacional e a qualidade dos projetos exibidos: “Parece que houve uma explosão de criatividade. Eu sou suspeita a falar, mas acho que os filmes são absolutamente extraordinários“, acrescentou.

O Fantasporto, que teve a sua primeira edição em 1981, “abre-se a uma série de temas” correlativos ao cinema e dá a oportunidade de conhecer curtas e longas metragens “extremamente importantes nos seus respetivos países, que têm grande bilheteira […] e que nunca aparecem no circuito comercial”. A diretora acredita que o festival tem os próximos três anos garantidos.

Editado por Inês Pinto Pereira