O antigo partido de Marinho e Pinto alimenta a vontade do partido de entrar na Assembleia da República. O líder do ADN prometeu mesmo “ultrapassar o PAN pela direita” nas eleições de domingo.

Nas eleições legislativas de 2022, o partido obteve 10.911 votos (0,20%). Foto: ADN

Posicionando-se como partido de protesto, a Alternativa Democrática Nacional (ADN) é a sucessora do Partido Democrático Republicano, fundado pelo advogado Marinho e Pinto, e é agora liderado por Bruno Fialho. Satisfeito com a tendência revelada pela tracking poll da CNN Portugal, o líder do ADN prometeu mesmo “ultrapassar o PAN pela direita” nas eleições de domingo.

A saúde é o tema mais caro ao ADN. O partido posiciona-se contra a vacinação para doenças como a covid-19, defendendo um “consentimento informado” antes da toma deste tipo de fármacos. Em declarações ao JPN, o cabeça de lista pelo Porto, Nuno Pereira, considera que o modelo de vacinação vigente “não passa de toxicodependência legal”. “Os governos aprovam [as vacinas] e depois as pessoas vão todas a correr”, disse.

Nuno Pereira disse que o partido “teve a coragem que ninguém teve para fiscalizar o Governo nos últimos quatro anos” e apontou críticas à comunicação social que “cataloga o ADN de chalupas negacionistas”. Isto deve-se, segundo o cabeça de lista, à “imposição globalista” vinda da União Europeia.

O partido culpa também a agenda globalista que considera impor aos cidadãos ocidentais questões como a igualdade de género. No entender da Alternativa Democrática Nacional, não existe desigualdade entre homens e mulheres e o dinheiro é canalizado para financiar o Lobby LGBT. À semelhança daquilo que já havia sido proposto por outros partidos, como o CHEGA, o ADN defende o corte do financiamento à “ideologia de género”. Critica, a propósito, os “426 milhões de euros” de dotação do Orçamento do Estado para promover a igualdade de género, valor que, na sua opinião, podia servir para “reduzir em 2%” o IVA.

O “combate à imigração” é também uma das bandeiras do partido liderado por Bruno Fialho. O partido sem assento parlamentar refere que a imigração traz mais beneficiários do Rendimento Social de Inserção, significando um aumento dos encargos da segurança social. Os dados do Observatório das Migrações, revelam, no entanto, que o saldo das contribuições e prestações sociais dos imigrantes é positivo, na ordem do 1.600 milhões de euros, o valor mais alto de sempre. A entidade que estuda a imigração em Portugal diz mesmo que “sem os imigrantes, alguns setores económicos entrariam em colapso”.

No que toca ao panorama internacional, posiciona-se contra o financiamento do esforço de guerra ucraniano, mas garante não apoiar nenhum dos países em conflito. No mesmo sentido, é contra uma eventual adesão da Ucrânia à União EuropeiaNas eleições legislativas de 2022, o partido obteve 10.911 votos (0,20%).

Editado por Inês Pinto Pereira