O autarca visitou dois edifícios que foram reabilitados, na zona do Morro da Sé. O projeto Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), conta agora com mais 14 unidades.

Rui Moreira durante a visita a dois prédios reabilitados

Rui Moreira visitou prédios reabilitados na zona do Morro da Sé. Foto: Marta Magalhães/JPN

O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, visitou, na sexta-feira (8), dois prédios reabilitados na zona do Morro da Sé, no âmbito do “Porto com Sentido“. O projeto, criado em 2020, promove o arrendamento acessível e conta agora com mais 14 unidades no mercado, após a requalificação dos dois prédios.

A reabilitação dos edifícios, situados na Rua dos Mercadores e na Rua de Sant’ana, ficou a cargo da Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU). O edifício da Rua dos Mercadores conta com três apartamentos T1, um apartamento T2, e um espaço comercial. Já no edifício da Rua de Sant’ana foram renovados sete fogos, dois de tipologia T1, quatro T2, um T2 duplex, e ainda dois espaços comerciais.

Durante a visita aos dois prédios reabilitados, o presidente da CMP disse que não há uma “varinha mágica” para solucionar o problema da habitação e que não existe uma solução única para resolver este problema. Rui Moreira apontou o aumento da oferta pública como “uma condição fundamental” para responder ao aumento da procura e também destacou a necessidade de congregar os privados a “fazer investimento, principalmente quando as Câmaras medeiam, que é o nosso caso, para não correrem riscos” e “alugamos ao privado e subalugamos ao privado e a Câmara é como um mediador”.

Rui Moreira relembrou os tempos em que era presidente da SRU e deu início ao projeto de requalificar o Morro da Sé numa época em os moradores não queriam lá voltar: “80% das pessoas disseram que queriam reabilitação permanente, ou seja, que não queriam voltar para cá” “são as mesmas que agora querem voltar”.

Pedro Baganha, presidente do Conselho de Administração da Porto Vivo, explicou que, ao contrário do que acontece com a Domus Social, na Porto Vivo são realizados sorteios para entregar as casas. O também vereador com o pelouro da Habitação disse que “270 fogos já estão entregues e estas vão ser entregues neste mês. O concurso vai ser neste mês de março“.

As rendas das casas podem variar entre 550 e os 780 euros, mas as pessoas que concorrem, através dos sorteios da Porto Vivo, “podem depois ir buscar um subsídio para a renda que pode ir até 50%“, subsídios esses da Câmara que permitem “que algumas destas casas sejam alugadas a 275 euros“. Os contratos destas casas têm a duração de cinco anos e são renováveis.

Habitação como prioridade da CMP

O presidente da CMP disse que uma das particularidades da cidade do Porto é que a “habitação é sempre uma prioridade”. Rui Moreira afirmou ainda que o investimento na habitação, previsto no orçamento municipal do Porto, é superior ao nacional: “13% a 14% de habitação, cerca de 13% de habitação municipal, quando a média portuguesa é 2%“.

Rui Moreira salientou que o investimento nessa área “não é trabalho de um presidente ou de um executivo“, mas sim de “dezenas de anos. São decénios de trabalho para conseguir habitação decente para as pessoas”.

O autarca do Porto disse também que não quer uma cidade “monocromática”, quando questionado pelos jornalista sobre se o projeto era uma forma de trazer os portuenses de volta. O autarca referiu que “as cidades são cores” e, para tal, quer que o Porto seja um mix. A CMP quer que “venham para cá famílias, que venham para cá crianças, queremos ter aqui estudantes, queremos ter aqui turistas”.

Em declarações aos jornalistas, afirmou que a habitação é necessária, mas também são precisos os estudantes, os restaurantes, os hotéis, “precisamos ter tudo”. Não se pode “ter comunidades fechadas, isto não é uma ilha. A cidade do Porto não é um conjunto de buracos”, concluiu.

Editado por Inês Pinto Pereira