O CPF inaugurou a exposição “Mulheres e Resistência”, do fotógrafo Milton Ostetto, para assinalar o Dia Internacional da Mulher. A entrada é gratuita e as fotografias vão estar expostas até 30 de março.
O Centro Português de Fotografia (CPF) inaugurou esta sexta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher, a exposição “Mulheres e Resistência”, do fotógrafo brasileiro Milton Ostetto, para homenagear as mulheres. Através das fotografias, captadas entre 2016 e 2022, são contadas as lutas e a resistência feministas contra a violência, que se intensificaram a partir de 2016, com a eleição do Partido Conservador.
Milton Ostetto procurou mostrar que “a relação entre mulheres e resistência pode ser ilustrada ao relembrarmos eventos do passado, como a participação do movimento feminista na luta contra a ditadura militar no Brasil e a sua influência na Constituição Nacional de 1988 que, pelo menos no papel, tornou a igualdade entre homens e mulheres como cláusula pétrea”, refere Lucila Horn no programa da exposição.
Em declarações ao JPN, Bernardino Castro, diretor do CPF, afirmou que acolher a exposição é “dar afeto, força à mulher e mostrar a força da mulher, essencialmente no Brasil. Esta reportagem é essencialmente das mulheres no Brasil, em várias situações ao longo da história, em que saíram à rua para manifestar e defender os seus direitos”.
“Através da mostra de fotografias da defesa dos direitos das mulheres, do direito à não violência, é uma forma de mudar mentalidades. E, de facto, é ainda um tema atual e, por isso, é necessário refletir e fazer alguma coisa. É claro que não basta só a fotografia. A fotografia é um meio para alertar para este problema”, declarou.
A exposição agrupa dez fotografias, numa sala, que apelam à reflexão sobre a violência exercida contra as mulheres, desde o regime ditatorial de Getúlio Vargas e que teve continuidade durante o Governo de Jair Bolsonaro. Estas manifestações, que contribuíram para a luta contra a ditadura, juntavam centenas de mulheres que faziam parte de movimentos estudantis, partidos políticos, sindicatos e organizações clandestinas, desafiando o papel passivo e doméstico que a sociedade da época impunha.
A exposição foi proposta pela Associação Cultural iNstantes e vai estar aberta ao público, no Centro Português de Fotografia, até 30 de março.
Editado por Inês Pinto Pereira