Esta segunda-feira (21), numa reunião privada do executivo municipal do Porto, foi decidido o montante que vai ser atribuído ao programa Porto de Tradição em 2022. Iniciado em 2017, o fundo municipal contempla uma verba “para apoio à recuperação, restauro e manutenção do património”. Tendo em conta os interesses e a “mais-valia da iniciativa”, o montante para este ano é de 525 mil euros, o mesmo investimento aquando da implementação deste fundo de apoio.

A proposta foi assinada pelo vereador do Turismo e Comércio, Ricardo Valente, e obteve a aprovação por unanimidade dos presentes na reunião da Câmara Municipal do Porto (CMP). O documento advoga que os estabelecimentos e entidades reconhecidos do programa Porto de Tradição desempenham funções relevantes para a cidade, uma vez que “são espaços privilegiados de dinamização do tecido comercial, social, cultural e desportivo, contribuindo para a coesão da cidade nas suas diversas dimensões”.

Ricardo Valente diz que é comum os proprietários destes estabelecimentos não terem “disponibilidade financeira” para recuperarem e restaurarem os espaços. “Pela mesma razão, o investimento na modernização, divulgação e promoção dos estabelecimentos ficam, muitas vezes, para segundo plano, o que dificulta a sustentabilidade do negócio”, lê-se no documento.

A CMP visa complementar “as medidas previstas no regulamento Porto de Tradição, designadamente a preservação das características originais dos estabelecimentos e promover a recuperação do espaço físico e a sustentabilidade do estabelecimento comercial ou entidade reconhecida, assim, contribuindo para a preservação da memória coletiva da cidade”, como se lê no artigo disponibilizado pela Câmara.

No documento, é ainda defendido pelo vereador que “os estabelecimentos comerciais e as entidades efetivamente reconhecidos ao abrigo do programa Porto de Tradição refletem a memória viva da cidade, que se pretende preservar e cuidar”. A CMP confirma que o objetivo passa por manter as características originais destes espaços, “designadamente a sua arquitetura e traça original dos edifícios, quer no interior, quer no exterior”.

Em conversa com o JPN, a maior parte dos comerciantes apoiados mostraram-se gratos, contudo outros reforçaram que “o programa não garante a sobrevivência dos negócios”. Na fase inicial, a CMP identificava e selecionava os estabelecimentos. Atualmente, são as próprias lojas que se têm de candidatar. Até 2021, foram incluídos no programa camarário 94 estabelecimentos portuenses e quatro entidades.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha