Maria Corte, estudante da Escola de Artes e Ofícios da cidade de Vigo e único membro portuguesa da Orquestra Son de Seu, estuda história da música, violino, percursões e música tradicional galega em Vigo. Não perdeu nem perderá as suas raízes portuguesas mas confessa que só fora conseguiu viver e sentir o 25 de Abril.

“No ano passado na Galiza, vivi o 25 de Abril junto a pessoas, galegos que me acarinhavam e levantavam cravos vermelhos na minha direcção com a intenção de me homenagear só porque sou portuguesa”, conta Maria Corte ao JPN, segunda-feira à tarde, na Praça D. João I, onde a Son de Seu actuou.

A violinista, professora de música e estudante em vigo acrescenta que “a única coisa que separa a Galiza e Portugal, é mesmo uma fronteira geográfica”. “Ainda por cima o norte em termos culturais é extremamente parecido com a Galiza”, acrescenta. Sobre a sua convivência com os galegos, Maria Corte diz que “a recepção foi muito boa, sempre houve uma partilha muito forte na troca de saberes”.

Maria Corte apenas lamenta que as causas e os valores de revoluções como a do 25 de Abril estejam a perder-se no tempo e faz um reparo “parece que em Portugal cada vez menos se comemora o 25 de Abril, ou então faz-se por mero acaso. Porque cantar umas músicas parece bem. Alguns ficam simplesmente em casa a aproveitar o feriado. Na Galiza, os valores desta evolução, que nem sequer é a deles, estão mais vivos”, vinca.

Texto e foto: Paula Teixeira