É já amanhã, sábado, a última noite da Queima das Fitas do Porto, que encerra com actuações dos novatos Oioai e dos históricos Xutos e Pontapés. Chega assim ao fim uma semana de excessos, música e poucas horas de sono.

Este é um momento apoteótico para a maioria dos alunos do ensino superior. Euforia, convívio, álcool e alguns “percalços” nas noites do Queimódromo, o Cortejo e instantes solenes como a Monumental Serenata marcam aquela que é a altura mais ansiada pela comunidade académica.

Para quem agora termina o curso, estas festividades adquirem um paladar diferente. Assinalam “o início do fim”, a aproximação de uma nova etapa, da entrada no mercado de trabalho.

Alda Silva insere-se no grupo para quem amanhã é a derradeira noite de Queima enquanto estudante. Para esta finalista de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, o encerramento da Queima é sempre uma noite “bastante divertida e emocionante, em que se fica sempre à espera de mais”. “A partir de agora vai ser diferente”, considera. “A primeira Queima enquanto estudante é a que marca mais”.

Acerca das alterações no Queimódromo, considera que se trata de “uma boa aposta da Federação Académica do Porto (FAP)”. “O recinto era muito pobre, especialmente a zona das casas de banho”.

Fábio Oliveira ainda não é finalista. Frequenta o quarto ano do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computadores, na Faculdade de Engenharia (FEUP). Não é um frequentador assíduo da Queima, mas declara: “Não sei como me vou sentir para o ano que será o meu ano de finalista”.

Fábio elege domingo e quarta como as noites favoritas deste ano “pelo cartaz”, salientando que para o ano gostaria de rever “David Fonseca e Rui Veloso”. Preferia que bandas de renome não actuassem à hora da Serenata, “como fazem todos os anos”, o que considera “uma enorme falta de respeito pelos estudantes da academia que querem assistir à Serenata”.

Os melhoramentos no Queimódromo merecem nota positiva. “Pareceram-me em geral bem. Mas notaram-se problemas com as ambulâncias que andavam de um lado para o outro à procura de quem queriam socorrer”, apontou. “E achava por bem que houvesse mais diversões”. Fábio salientou também que “os transportes este ano estavam muito mal organizados”.

Para Belmiro Sotto-Mayor, finalista do curso de Engenharia Informática e Computadores, na FEUP, a última noite da Queima significa “o fim de uma semana que leva a reencontros e novos encontros, de festa e alegria. Representa o fim do ano que passou e o começo de novos desafios”.

Para o estudante, o primeiro dia da Queima “é sempre especial. Acompanhado pela Serenata tem uma aura própria”. Para a Queima de 2008, Belmiro gostaria de “um cartaz globalmente melhor, com mais novidades”. Prefere não referir “bandas em particular”, mas nota que “uma maior aposta em bandas e músicos emergentes” seria benéfica. Em termos próprios de informática, Balmiro faria “um ‘refresh’ geral”.

A requalificação do recinto “não foi muito perceptível”. O estudante observa que “parece tudo na mesma, em termos de organização e do próprio local”. A Queima das Fitas que vai perdurar na memória é, “sem dúvida”, a primeira enquanto aluno.