A redução das emissões de gases poluentes para a atmosfera passa também pela diminuição do peso dos veículos. É esse o objectivo do projecto europeu “Litebus”, liderado pelo Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), que tem como meta a redução do peso das carroçarias de autocarros.

Apesar dos progressos nos últimos anos, é difícil produzir veículos mais leves cuja carroçaria é fabricada em aço ou ligas de alumínio. “É fisicamente impossível, a partir de certo ponto, reduzir o peso de estruturas de veículos em aço”, exemplifica ao JPN António Augusto Fernandes, investigador do INEGI e coordenador do consórcio “Litebus“, que conta com 12 outros parceiros (instituições de ensino e investigação e empresas) de seis países europeus.

A solução poderá estar nos materiais compósitos, como a fibra de vidro ou de carbono, já usados pela indústria aeronáutica e que permitem “reduções muito substanciais” (15%) na tara dos veículos e, consequentemente, dos consumos e emissões de compostos orgânicos voláteis.

Reconverter as linhas de produção vai obrigar a um investimento considerável por parte das empresas do sector, mas, segundo Augusto Fernandes, haverá vantagens económicas a longo prazo, já que o tempo de fabrico do autocarro é menor. As empresas portuguesas CaetanoBus e a FiberSensing (uma “spin-off” do INESC Porto) são parceiras do projecto.

O projecto começou em Outubro do ano passado e termina em 2009. Tem um custo total da ordem dos 3,5 milhões de euros, dos quais a Comissão Europeia financia com 2 milhões.

A indústria de transportes europeia é responsável por cerca de 22% das emissões de dióxido de carbono no continente. Se não forem encontradas alternativas às tecnologias actuais, a poluição provocada por automóveis vai crescer cerca de 40% até 2010, tornando mais difícil o cumprimento da meta da União Europeia de reduzir as emissões em 30% relativamente aos níveis de 1995.